O filósofo escocês David Hume afirma que a principal característica que diferencia o ser humano dos outros animais é sua capacidade de pensamento, que lhe permite imaginar o que nunca foi visto ou ouvido. Sob essa perspectiva, o cinema representa essa habilidade ao transformar ideias e pensamentos em imagens e narrativas, criando novos universos. Diante desse potencial cognitivo e cultural, a democratização do cinema no Brasil é essencial, especialmente por ser um país com vasta diversidade artística, sendo essa necessidade justificada tanto pelo impacto social quanto pela legislação vigente.

Em primeiro lugar, o cinema atende a uma necessidade humana fundamental e, portanto, não pode ser tratado como algo secundário. O historiador holandês Johan Huizinga, em Homo Ludens, destaca que o ser humano busca constantemente o prazer lúdico, essencial para seu bem-estar. Nesse sentido, o cinema se encaixa perfeitamente, pois permite que diferentes indivíduos se conectem por meio da experiência cinematográfica, compartilhando histórias e emoções. Dessa forma, além de ser uma manifestação artística, o cinema fortalece laços sociais e contribui para a construção de uma comunidade mais integrada.

Além disso, a garantia do acesso ao cinema está prevista na Constituição Federal. O artigo 215 assegura que a cultura é um direito de todos e deve ser promovida pelo Estado. No entanto, pesquisas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) revelam que as manifestações culturais, incluindo o cinema, estão concentradas em poucas regiões do país, deixando grande parte da população sem acesso. Essa realidade levanta um questionamento semelhante ao de Dante Alighieri em A Divina Comédia: "As leis existem, mas quem as aplica?" A ineficácia na execução dessa diretriz compromete o direito da população e impede a democratização da cultura.

Portanto, a falta de acesso ao cinema não apenas limita a experiência cultural e social da população, mas também contradiz o que está estabelecido na legislação. Para garantir que essa importante forma de arte seja acessível a todos, é fundamental que o Estado e a sociedade se mobilizem para ampliar sua distribuição e presença em todo o país.

Ei! Achei sua redação bem fundamentada e reflexiva. Na Competência 1, você usou a norma-padrão com clareza e consistência (Nota: 200). Em relação à Competência 2, você abordou o tema da democratização do cinema de maneira sólida, integrando referências filosóficas e legais, mas senti falta de uma conclusão mais robusta (Nota: 160). Na Competência 3, há uma boa organização e defesa do ponto de vista, mas poderia incluir mais dados concretos (Nota: 160). A coesão e coerência foram bem mantidas, mas algumas transições poderiam ser mais fluídas (Competência 4: 160). Por fim, embora a discussão seja rica, a proposta de intervenção precisa ser mais detalhada, indicando claramente o agente, ação, meio e finalidade (Competência 5: 120). Nota geral: 800.