John Locke, filósofo inglês, destaca que é dever do Estado assegurar os direitos e o bem-estar da população. Todavia, em virtude da ditadura da beleza ser uma realidade na sociedade brasileira, é válido reconhecer como o Poder Público não atua efetivamente e, pior, não exerce seu papel social conforme os ideais de John Locke. Nessa lógica, é possível analisar a busca pela aceitação social e a pressão por um ideal inatingível e homogêneo.
De início, percebe-se que a aceitação social fomenta a permanência do entrave na sociedade, levando muitas mulheres a se tornarem reféns da maquiagem, já que têm dificuldade em aceitar seu próprio rosto. Nessa ótica, ao destacar a ideologia do filósofo Platão "Belo em si" defende que a verdadeira beleza existe como uma ideia de perfeita e imutável no mundo intelectual, um conceito que está além da percepção humana. Isso porque, lamentavelmente, a mulher busca uma perfeição que não existe no mundo sensível, a busca uma incessante por um corpo "perfeito", por um rosto "perfeito".
Além disso, vale ressaltar a pressão por um ideal inatingível e homogêneo como um fator que dificulta a atenuação do empecilho, visto que essa imposição social cria um cenário onde a diversidade e a singularidade são desvalorizadas. Resultando em um padrão de beleza que poucos conseguem alcançar. Essa ditadura estética não só afeta a autoestima das mulheres, mas também influenciam negativamente a saúde mental, gerando ansiedade e depressão.
Urge, portanto, a adoção de medidas para combater o problema. Nesse sentido, o governo e as escolas promovam campanhas educativas sobre diversidade corporal e senso crítico. Destarte, a sociedade deve repensar seus valores, valorizando o respeito e a aceitação, e lembrando que a beleza não é um produto, mas uma característica inerente a cada indivíduo, para construir um futuro onde a autoestima não seja mais uma refém dos padrões estéticos opressores.