Em "Preciosa – Uma História de Esperança", a protagonista sofre abusos físicos e psicológicos constantes de sua mãe, o que evidencia o impacto da violência na infância. Essa realidade, ainda presente no Brasil, justifica a criação da Lei Menino Bernardo (Lei nº 13.010/2014), popularmente conhecida como "Lei da Palmada", que busca coibir práticas violentas na educação infantil. No entanto, apesar da legislação, a persistência da violência contra crianças demonstra que fatores como a naturalização da agressão e a falha na fiscalização impedem avanços concretos. Dessa forma, é fundamental reforçar o combate a essa prática, garantindo a proteção integral da infância.

A banalização da violência contra crianças tem raízes em um contexto sociocultural que legitima a disciplina por meio da agressão. O filósofo Michel Foucault, em Vigiar e Punir, analisa como a violência se institucionalizou historicamente como ferramenta de controle, perpetuando-se através da educação e das relações familiares. No Brasil, essa mentalidade persiste quando pais e responsáveis utilizam castigos físicos como forma de correção, desconsiderando os impactos emocionais e cognitivos na criança. A Lei da Palmada, ao proibir punições violentas, enfrenta resistência de setores da sociedade que enxergam na agressão um método disciplinar legítimo. Essa visão, ao minimizar o problema, contribui para a perpetuação do ciclo de violência, tornando essencial a reformulação das concepções sociais sobre a educação infantil.

Além disso, a efetivação da Lei Menino Bernardo enfrenta desafios devido à fiscalização ineficiente e à falta de estrutura para denúncias. O sociólogo Zygmunt Bauman, ao discutir a modernidade líquida, ressalta como o enfraquecimento das instituições compromete a aplicação de políticas públicas. No Brasil, isso se reflete na ausência de canais acessíveis para que crianças vítimas de violência denunciem seus agressores, além da insuficiência de profissionais capacitados para investigar e intervir nesses casos. Assim, mesmo com a legislação em vigor, muitas infrações permanecem impunes, evidenciando a necessidade de estratégias que tornem a fiscalização mais eficaz e garantam a proteção real das crianças.

Portanto, para que a Lei da Palmada cumpra sua função na erradicação da violência infantil, medidas devem ser adotadas. O Ministério da Educação, em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos, deve implementar programas educativos para conscientizar a sociedade sobre a criação de crianças sem violência, promovendo campanhas midiáticas e palestras em escolas. Além disso, o Conselho Tutelar e o Ministério Público devem reforçar os canais de denúncia, ampliando o acesso infantil a serviços de proteção. Ademais, a Capacitação de Assistentes Sociais e Psicólogos precisa ser priorizada para fortalecer o suporte às vítimas. Dessa maneira, será possível romper com a naturalização da violência infantil e construir um futuro no qual crianças cresçam livres de abusos, em consonância com os ideais defendidos pela Lei Menino Bernardo.

Eiii! Sua redação é bem estruturada e aborda um tema super importante! Na Competência 1, você usou a norma-padrão de forma consistente, só vi um ou outro deslize pequeno. Ou seja, tá mara! Na Competência 2, o desenvolvimento é pertinente e bem alinhado ao tema, bem como a aplicação dos conceitos de Foucault e Bauman, que enriqueceram a argumentação. Na Competência 3, seus argumentos são bem organizados e convincentes, mas senti falta de mais exemplos concretos de como a lei tem sido aplicada. Quanto à Competência 4, a coesão e a coerência do texto estão ótimas, com transições suaves entre os parágrafos. Finalmente, na Competência 5, sua proposta de intervenção é bem detalhada e respeita os direitos humanos, adorei a articulação com os agentes e ações mencionados. Nota 920 (C1: 160, C2: 160, C3: 160, C4: 160, C5: 200).