Na obra ‘’ Utopia’’, do escritor Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. Atualmente, na realidade brasileira, há uma contradição à narrativa do autor, visto que esclarece viver um ambiente justo e harmônico. No entanto, a superexposição de crianças e adolescente na internet fere esse conceito, colocando essas pessoas em situações de riscos. Assim, faz-se necessário analisar os alicerces que sustentam a manutenção desse cenário hostil, a falta de conscientização dos pais em virtude da influência midiática e o cyberbullying.
Inicialmente, cabe analisar como a inoperância familiar relacionado ao conhecimento das mídias, possibilitam que menores de idade sejam vítimas desses sistemas. A respeito disso, é válido mencionar o livro ‘’ a garota online’’, de Zoe Sugg, nela, é abordado sobre uma jovem que viraliza nas redes de comunicação, mas não soube lidar com as consequências da superexposição nesse meio virtual. Analogamente à obra, a omissão dos pais na vida virtual de seus filhos, tonam eles vulneráveis aos golpistas, às explorações sexuais e aos sexting- o envio de conteúdos inapropriados-, fatos ocasionados através da exposição às mídias, isso acontece, pois não há um aconselhamento e nem uma medida protetiva por partes das matriarcas e patriarcas responsáveis. Dessa maneira, entende-se essa questão como uma problemática, cuja resolução deve ser imediata.
Ademais, convém mencionar sobre o cyberbullying como consequência da exposição de menores no meio digital. Nesse contexto, a série sul-coreana ‘’ Amanhã’’, retrata-se como o uso excessivo dessas plataformas podem gerar transtornos ao ser humano. Nesse panorama, o bullying e os discursos de ódio têm se tornado cada vez mais frequentes, afetando principalmente pessoas com menos de 18 anos, indo de casos pequenos aos fatores mais graves como o suicídio e problemas psicológicos, que podem ser ocasionados pelo consumo impulsivo da internet. Dessa forma, tudo isso retarda a resolução do empecilho, já que essa intimidação virtual contribui para a perpetuação desse quadro deletério.
Infere-se, portanto, que a superexposição de crianças e adolescente nas redes sociais, devem ter suas fundações desfeitas. Para tanto, à Autoridade Nacional de Proteção de Dados — responsável por preservar informações pessoais —, precisam orientar os progenitores por meio de eventos pedagógicos, campanhas, palestras e documentários a fim de assegurem a segurança de seus filhos para não serem vítimas da influência midiática. Desse modo, perceber-se-á que a obra relatada pelo escritor inglês terá seu espaço na sociedade contemporânea.