No filme “Que Horas Ela Volta?”, estrelado por Regina Casé em 2015, mostra com sensibilidade e profundidade a desigualdade social e, principalmente, a falta de empatia entre as classes sociais no Brasil. O filme expõe com muita delicadeza como a elite brasileira, mesmo que aparente ser “generosa”, age com superioridade e desdém, tratando os indivíduos de classe baixa como “invisíveis”, insignificantes e privando-os de sua dignidade e de sua individualidade.
Regina Casé, no filme, interpreta o papel de uma empregada doméstica, Val, que é maltratada pelos patrões, sendo impedida de utilizar a residência dos mesmos. O filme aborda, abertamente, situações que evidenciam a priorização de classes, a falta de empatia e o peso do afeto, além da discriminação, exatamente da mesma forma que ocorre nos dias atuais.
A falta de empatia se manifesta sobretudo na naturalização das desigualdades sociais e na indiferença diante do sofrimento alheio. A ausência de políticas eficazes de inclusão social reforça um ciclo de exclusão e invisibilidade. Quando o outro é visto apenas como “estatística” e não como um ser humano com histórias e direitos, a empatia se perde e a sociedade caminha para um colapso moral silencioso, mas constante.
Portanto, para reverter esse cenário, é necessário que o governo federal invista em campanhas midiáticas de conscientização social, que reforcem a importância de olhar para o outro com humanidade. Além disso, é necessário que o Ministério da Educação, junto das escolas, promova projetos pedagógicos voltados para a formação cidadã e valorização da empatia, por meio de debates, oficinas e atividades que estimulem o respeito às diferenças.
Assim, será possível construir uma sociedade mais justa, onde o senso de solidariedade se sobreponha à indiferença.