A filósofa Lélia Gonzalez defendeu em suas obras a importância da cultura negra no Brasil. Todavia, ainda há inúmeros desafios no que tange a valorização da herança africana no Brasil, como o etnocentrismo histórico e, consequentemente, o preconceito enraizado.
O processo de formação da sociedade brasileira é marcado pelo eurocentrismo, principalmente português. Nesse sentido, houve uma tentativa de impor os costumes desejados por esse grupo. Com isso, coube a população de matriz africana esconder suas crenças, evidente, por exemplo, na transformação da capoeira, originalmente uma luta marcial, em dança. Aliado a isso, mesmo após a Abolição da Escravatura, em 1888, ainda houve a adoção de padrões culturais centralizadores que se perpetuaram até a contemporaneidade, como a falta de materiais didáticos de ensino da história afro-brasileira, realidade esta que precisa ser revertida.
Em consequência disso, há uma inferiorização do legado cultural tratado. Em vista disso, um caso ligado a esse panorama é a discriminação das religiões associadas à origem africana, relacionando-as a algo negativo. Paralelamente a isso, o artigo ´´A epistemologia da ancestralidade`` trata da folclorização da crença em questão, algo responsável por diminuir a sua importância, mesmo ela sendo essencial para quem a adere, panorama a ser contornado.
Portanto, torna-se evidente que há inúmeros desafios para a temática da questão apresentada, como o etnocentrismo e o preconceito enraizado. Dessa forma, o governo, a partir do Ministério da Educação, deve elaborar projetos que visem expandir o legado cultural afro-brasileiro, a partir da implementação de materiais didáticos que abordem esse conteúdo nas aulas de história. Assim, as futuras gerações crescerão de maneira conscientizada e, com isso, atuarão na maior valorização do legado em questão, assim como a filósofa Lélia Gonzalez.