Promulgada pela ONU em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos garante a todos o direito à igualdade e dignidade. Entretanto, essa narrativa não se reflete totalmente na realidade, uma vez que a inclusão dos autistas não é completamente efetivada na sociedade brasileira. Nesse sentido, é válido citar a negligência governamental e o preconceito como obstáculos para a integração desses cidadãos.
Diante desse cenário, é lícito pontuar a ineficácia por parte do governo como empecilho para o problema em questão. Sob essa ótica, de acordo com Thomas Hobbes, é dever do Estado garantir o bem-estar coletivo. Contudo, tal conduta não está sendo aplicada, já que a escassez de políticas públicas voltadas para pessoas com autismo dificulta sua inserção no corpo social e no mercado de trabalho. Portanto, a conduta governamental necessita ser reformulada para assegurar os direitos desses indivíduos.
Além disso, o preconceito voltado a essa parcela da população é um fator que influencia nesse entrave. Segundo o conceito de "dignidade humana" do filósofo alemão Immanuel Kant, é dever do ser humano, enquanto ser racional, tratar os demais com respeito. Em contrapartida, esses cidadãos sofrem diariamente com o preconceito, que impacta seu autoconceito, autoestima e a forma como são vistos socialmente. Dessa forma, as pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) percebem suas vidas limitadas por categorizações e estereótipos sociais. Logo, reverter essa concepção de pré-julgamento é imprescindível para garantir o acesso digno a esses cidadãos na sociedade brasileira.
Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para a inclusão dos portadores do espectro autista na sociedade. O Estado, promotor do bem-estar social, deve implementar projetos e programas para garantir sua inserção em ambientes públicos, visando o desenvolvimento de habilidades sociais para esses indivíduos. Além disso, os meios de comunicação, como noticiários televisivos e canais de imprensa, devem promover a conscientização sobre o autismo por meio de vídeos e debates com neurologistas e psiquiatras. Isso é fundamental para disseminar o conhecimento sobre esse transtorno e eliminar situações de preconceito. Somente assim será possível cumprir efetivamente o que preconiza a Declaração Universal dos Direitos Humanos em território nacional.