A literatura marginal traz à tona as diversidades do povo Brasileiro que são invisíveis para a sociedade mais ampla. Os escritores desse tipo de texto escrevem sobre o que vivem e o que sabem, expondo as dificuldades enfrentadas, como descriminação racial, social e econômica.
Diante disso, é fundamental destacar a relevância da escritora Carolina Maria de Jesus, que em seu livro “ O quarto de despejo” descreveu o cotidiano de uma mãe solo, negra, residente de favela e com pouca escolaridade. No verso “… Não queixas suas aflições aos que vivem em ricas vivendas. Não lhe darão atenções. Sofrimentos, para eles, são lendas” fica explícito que a sociedade não se incomoda com a desigualdade, estando todos acomodados, de maneira que não enxerguem as injustiças sociais. Nesse contexto, quando a autora afirma que as favelas são como úlceras da cidade, é possível notar a presença de segregação urbana, que age como uma barreira entre a comunidade e a cidade. Mesmo com os desafios impostos pela sociedade, a esperança de Carolina vinha da leitura e das anotações em seu diário, concluindo, assim, a importância da liberdade de expressão na periferia.
Vale ressaltar também, a poesia Slam, que é caracterizada pela declamação de versos em espaços públicos, sintonizado pela vida na periferia. O movimento é uma grande ferramenta de visibilidade para puras negras, indígenas, feministas etc. De acordo com Miriane Peregrino, a oralidade é periférica, tendo em vista que a escrita é uma tecnologia que nem todos tem acesso e que é associada a uma posição de superioridade.
Portanto, conclui-se que não há uma sociedade totalmente igualitária. A fim de construir um local mais saudável, o estado deve promover a organização de projetos financeiros, onde todos tenham uma vida estável. para acabar também com outros tipos de desequilíbrio, órgãos responsáveis pela educação devem elaborar palestras efetivas sobre assuntos que ainda protagonizam preconceitos. Assim, não existirá mais grupos excluídos dentro de uma sociedade.