Cada vez mais recorrente é o debate do papel da mulher na política brasileira. Entretanto, muito ocorre de presenciarmos, em pleno século XXI, uma série de discursos misóginos que não apenas subestimam a importância da participação feminina na tomada de decisões do país, mas a subjugam por completo como inferiores. Isso é reflexo de dois principais problemas: da incapacidade do Estado em planejar uma educação que desafie ideais machistas e da disparidade econômica entre homens e mulheres.
Primeiramente, é crucial compreender que, para haver participação do gênero feminino no cenário político, há de emancipar-se do controle econômico masculino. O filósofo Friedrich Engels, em sua obra "A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado", prova isso ao revelar que a opressão patriarcal surgiu através da apropriação abusiva de bens socialmente produzidos, fenômeno que resultou no ganho de poder político. Portanto, enquanto o Estado não adotar medidas para aliviar essa desigualdade histórica, persistirá a exclusão e a submissão política da mulher, que muito pouco possui em comparação com seu oposto.
Além disso, é necessária a formulação de um novo sistema educacional que combata teórica e praticamente o patriarcado. Essa necessidade se fundamenta na Teoria da História Única, da filósofa Chimamanda Ngozi. Segundo ela, as percepções da sociedade sobre um grupo social são fortemente conectadas com o ensino e como abordamos sua história. Por isso, é tarefa da gestão pública articular uma educação dignificante, que retrate as mulheres como elas são: inovadoras e capacitadas. No entanto, a falha governamental em cumprir essa tarefa reflete nos cargos políticos, ocupados majoritariamente por homens.
Finalmente, objetivando incentivar a participação política da mulher brasileira a partir dessas prerrogativas, é evidente que o Governo Federal deve ser mais rígido na garantia de iguais salários para todos os gêneros. Essa rigidez deve ser concretizada pelo Congresso Nacional. Adicionalmente, deve incluir nos ensinos de História da Base Nacional Comum Curricular a matéria "grandes mulheres". Assim, seguimos rumo à ampla participação política e à evolução da democracia.

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