Machado de Assis, em suas obras, denunciava as contradições da sociedade brasileira e a persistência de comportamentos que impedem o progresso coletivo. De modo semelhante, o cenário contemporâneo revela desafios sociais e culturais que continuam a comprometer o desenvolvimento do país, como se observa na influência das redes sociais na formação da opinião pública e na democracia. Diante dessa perspectiva, faz-se necessária a análise dos setores governamentais e da fala educacional que favorecem esses quadros negativos.

Nesse sentido, é inegável que o escasso interesse político em assegurar a resolução da problemática estabeleça raízes preocupantes no contexto nacional. Isso acontece, porque, como já e estudado pela escritora Carolina Maria de Jesus, há no Brasil uma "democracia fraca e políticos fraquíssimos", isto é, a manutenção de estruturas frágeis impede avanços sociais, principalmente no que tange a influência das redes sociais na formação da opinião pública e na democracia, já que, segundo o DataSenado, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, em médio 83% dos brasileiros compartilha de opiniões com influência das mídias sociais, necessitando de atenção, no que se refere as leis e discussão política. Neste viés, percebe-se o quanto a inviabilização é proposital.

Em segunda análise, é notório que a falha educacional contribui para a problemática em questão. Essa situação ocorre, pois há a construção de um ensino tradicionalista que reproduz uma virão limitada a respeito da sociedade atual, uma vez que os alicerces educacionais foram construídos sem uma abordagem aprofundada sobre a influência das redes sociais na formação de opinião pública e na democracia. Desse modo, essa falta de aprofundamento, extrai, do estudante, a capacidade de perceber que esse panorama se encontra em declínio, dado que a implementação de uma educação de qualidade é capaz de modificar comportamentos danosos enraizados, como "filtro invisível" e "filtro bolha". Essa reflexão é ratificada na pesquisa de Edgar Morin, sociólogo francês, na obra "Os sete saberes para a educação", o qual alude que "a reforma do pensamento significa reforma da educação".

Portanto, é necessário desenvolver meios de intervenção corretiva na atual conjuntura. Logo, concerne ao Governo Federal, através do Ministério da Educação — órgão responsável pela política educacional do país — fazer palestras por meio de profissionais especializados na área, enfatizando a importância da influência das redes sociais na formação da opinião pública e na democracia, somente assim, será possível transformar a realidade vigente.