⠀⠀⠀Na série brasileira "Sintonia" é retratada a vida nas periferias em São Paulo, os protagonistas representam os três pilares desse cenário: o crime, o funk e a igreja. Juntos tentam superar a desigualdade social. Ao sair da ficção sem desconsiderar o contexto histórico da obra, os povos nordestinos migram para São Paulo com intuito de buscar qualidade de vida, entretanto sem condições de sobreviver nas metrópoles as ruas e as áreas suburbanas resultam como a única forma de se manter. Dessa forma, convém analisar que a intensificação da segregação socioespacial e a inoperância estatal configuram os maiores problemas da arquitetura hostil.
⠀⠀⠀Diante dessa perspectiva, é indiscutível que a intensificação da segregação socioespacial é prejudicial aos indivíduos em situações de rua. Conforme o artigo 6 de 1988, todo ser humano tem direito social a moradia, a saúde e a segurança. Portanto, a estrutura urbana não pode impedir os acessos públicos às pessoas em condições econômicas e sociais, pois é responsabilidade do Governo no qual utiliza um sistema econômico capitalista que explora dos trabalhadores ao ponto de sobreviverem aos acontecimentos danosos.
⠀⠀⠀Além disso, é viável ressaltar que a inopêrância estatal é capaz de fazer o Brasil enfraquecer, porque não disponibiliza suportes eficazes parar abrigar estes indivíduos. Bauman desenvolveu o conceito instituição zumbi, segundo o qual algumas instituições como o Estado, apesar de existirem perderam sua função social. Logo é evidente que a escassez de medidas governamentais impulsionam a exclusão dos cidadãos em ocasiões precárias.
⠀⠀⠀É perceptível no qual são necessárias medidas para modificar essa realidade. Para isso o Estado por meio dos ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania deve investir nas arquiteturas e nos abrigos, com finalidade de acolher, oferecer acessibilidades e oportunidades. Isto é, incluir tais cidadãos no ensino escolar e consequentemente no mercado de trabalho.