Na era da informação, a internet se tornou parte essencial da vida moderna, oferecendo praticidade e acesso rápido ao conhecimento. No entanto, por trás dessa facilidade, há um problema preocupante: a manipulação do comportamento dos usuários por meio do controle de dados. O sociólogo Zygmunt Bauman, em Modernidade Líquida, afirma que vivemos em uma sociedade onde tudo é exposto e vigiado, o que reflete diretamente no uso da tecnologia. Assim, é necessário discutir como os algoritmos influenciam decisões e comportamentos sem que as pessoas percebam.
Um dos principais fatores dessa manipulação é o uso de algoritmos capazes de prever e direcionar preferências individuais. Plataformas como redes sociais e serviços de streaming analisam hábitos e interações para sugerir conteúdos personalizados, criando uma sensação de liberdade que, na verdade, é controlada. O documentário “O Dilema das Redes” (Netflix) mostra como essas empresas coletam dados para prender a atenção dos usuários e aumentar seus lucros, manipulando opiniões e até influenciando decisões políticas.
Além disso, a falta de educação digital torna as pessoas mais vulneráveis a essa manipulação. Muitos usuários não compreendem que seus cliques e curtidas alimentam sistemas que moldam suas próprias escolhas. A Constituição Federal, no artigo 5º, garante o direito à privacidade, mas, na prática, esse direito é constantemente violado no ambiente virtual. Isso demonstra a urgência de medidas que protejam os dados e conscientizem a população sobre os riscos do controle digital.
Portanto, combater a manipulação de comportamento na internet exige ações conjuntas entre governo, empresas e cidadãos. O Estado deve criar leis mais rigorosas sobre proteção de dados e fiscalizar seu cumprimento, enquanto as plataformas precisam ser transparentes sobre o uso das informações. Além disso, escolas e mídias devem promover a educação digital crítica, capacitando as pessoas a reconhecer e questionar a influência dos algoritmos. Só assim será possível garantir o uso ético da tecnologia e preservar a liberdade dos indivíduos.