A pirâmide de Maslow, criada pelo psicólogo Abraham Maslow, enfatiza que somente após suprir necessidades básicas, como o direito a desenvolvimento igualitário, o ser humano é capaz de alcançar níveis superiores de realização. No âmbito coletivo, essa ideia mostra que uma sociedade só evolui quando asseguram condições mínimas. Contudo, a persistência da desigualdade social entre homens e mulheres, no Brasil, revela entraves que limitam o progresso social e humano. Dessa forma, é preciso analisar dois aspectos centrais: a passividade social e o pensamento patriarcal.
De início, é notório que a passividade social contribui para a manutenção do problema. O sociólogo George Simmel descreve "atitude blasé" como a indiferença gerada pela exposição contínua a problemas sociais. Nesse mesmo sentido, na era digital, a temática se sustenta dessa apatia: o desinteresse em reconhecer e combater o problema favorece o aumento dessa desigualdade e de indivíduos sem comprometimento em resolver o empecilho. Reverter esse quadro requer políticas mais eficazes e fortalecimento de valores voltados na empatia e ação cidadã.
Ademais, a persistência do pensamento patriarcal também contribui para a permanência desse cenário. Na antiga cidade de Atenas, o conceito de cidadão era um privilégio muito restrito aos homens nascidos e alfabetizados em Atenas, tendo em vista que até as mulheres nascidas em Atenas não eram consideradas cidadãos e não podiam participar das discussões. Partindo desse pressuposto, nota-se que, mesmo o conceito de cidadão ter evoluído, ainda se predomina uma segregação entre homens e mulheres em diferentes aspectos da sociedade. Como consequência, alimentando esse pensamento que nos acompanha desde os tempos antigos. Dessa forma, eliminar tais pensamentos é imprescindível, uma vez que constituí um dos vetores para a perpetuação dos efeitos adversos do tema na coletividade.
Portanto, é necessário que medidas sejam realizadas para enfrentar os entraves mencionados. Assim, o Ministério da Educação, por intermédio de ONG e escolas, deve investir na conscientização social. Tal ação ocorrerá por meio de pesquisas e apresentações de seminário sobre como a sociedade se modificou ao longo dos tempos, a fim de mostrar como a relação entre homens e mulheres era problemática. Além disso, é fundamental que haja políticas que incentivem a participação feminina na sociedade, para que mais mulheres reconheçam o seu valor na sociedade. Feitos esses pontos, os cidadãos brasileiros poderão ascender na pirâmide de Maslow, atingindo patamares de realizações plenas e fortalecimento do progresso coletivo.