A constituição cidadã de 1988, cujo conteúdo garante direito à dignidade humana. No entanto, observa-se um distanciamento entre os preceitos garantidos na carta magna e a realidade vivenciada por milhares de idosos e jovens, diante dos desafios impostos pelo etarismo – preconceito relacionado a idade. A questão do etarismo na sociedade brasileira contemporânea manifesta-se devido à negligência governamental , que impedem a resolução dessa problemática.
Sob esse viés, o pensador Thomas Hobbes afirma que o Estado é responsável por garantir o bem-estar dos cidadãos, inclusive os idosos, contra as injustiças do etarismo. Entretando isso não ocorre no Brasil, pois o Estado falha ao garantir dignidade e proteção a essas pessoas, com políticas públicas insuficientes para combater a discriminação etária, assim agravando o problema na sociedade, deixando os mais velhos vulneráveis à marginalização social e econômica.
Ademais, cabe ressaltar a precária ação governamental para a pouca atenção oferecida para os trabalhadores mais velhos. Dessa maneira a antropóloga Lilia Schwarcz elaborou o termo “politica de eufemismos” , ou seja, determinados problemas tendem a ser suavizados, deixando de receber a visibilidade necessária. Novamente o Estado falha ao não garantir adequadas condições de emprego, assim prejudicando a qualidade de vida. Sem direito de trabalho eficazes, a parte do público com essa faixa etária persistirá sem o adequado reconhecimento.
Diante do exposto, é necessário a implementação de medidas para combater esse cenário de negligência governamental em relação ao etarismo. Para isso, cabe ao governo federal, por meio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, desenvolver campanhas de conscientização sobre o etarismo feitas com a parceria de entidades privadas especializadas no assunto, utilizando redes sociais, televisão e rádios para sensibilizar a população sobre a importância do respeito e da valorização dos idosos no Brasil. Além disso, é fundamental que o Ministério da Educação inclua debates sobre o assunto na grade curricular das escolas, promovendo desde cedo uma cultura de respeito. Dessa maneira será possível assegurar o cumprimento dos princípios estabelecidos pela carta magna.