De acordo com Aristóteles, "A base de uma sociedade é o equilíbrio” .Nesse sentido, é de suma importância que o controle sobre a saúde mental e seus impactos na sociedade brasileira possa ser manifestada. Entretanto, o atual contexto da nação não faz jus à fala do filósofo, visto que, diariamente, os indivíduos vêm sofrendo na realidade em que vivem. Dessa forma, é refletido um cenário problemático devido à negligência do poder público frente às doenças mentais e a influência das redes sociais na construção da saúde mental.

Em primeira análise ,pode-se apontar como um empecilho à negligência do poder público frente às doenças mentais. Segundo Pierre Bourdieu , o que foi criado para ser instrumento de democracia não deve ser convertido em mecanismo de negligência.
Nessa perspectiva, é válido ressaltar que os malefícios gerados pelas ações do setor público são mais credibilizados do que os próprios benefícios, instigando a ascensão da falta de cuidados com pessoas que lidam com doenças mentais, uma vez que os mesmos são excluídos e não recebem a atenção médica necessária fornecida pelo governo.

Em segunda análise , é possível citar como a propagação de discurso de ódio ainda é um grande impasse para a solução da problemática. Conforme o programa das Nações Unidas para o desenvolvimento, o Brasil é hoje um dos dez países mais desiguais do mundo. Sob essa lógica, para serem resolvidas pendências no contexto capitalista, faz-se necessária uma priorização financeira. No entanto, há uma insuficiência de investimento no âmbito da educação, acarretando diversos problemas sociais, entre eles discursos de ódio nos ambientes virtuais. Por conseguinte, favorecendo a falta de veículos de comunicação e meios de ensinos educacionais, impedindo a solução.

Portanto, o Governo como maior defensor dos órgãos públicos deve por meio do Ministério da Educação apresentando palestras em escolas sobre os impactos da saúde emocional no Brasil. Além disso, o Poder Legislativo deverá promover campanhas publicitárias sobre bem-estar psicológico e como o governo deve lidar com pessoas sem equilíbrio emocional. Assim, espera-se uma melhora no que tange à questão integridade mental na sociedade brasileira.

O texto cita argumentos relevantes ao tema, com uma boa tese que é desenvolvida ao longo da argumentação, mas fica prejudicado em certos momentos por conta de falta de clareza em relacionar e apresentar certas ideias e por uso indevido de certas expressões. Cuidado com o uso de "repertórios coringa", eles são mais penalizados em edições atuais do ENEM.

Parágrafo 1
A citação de Aristóteles é válida mas é repertório genérico, "coringa", que poderia ser substituído por outro mais específico ao tema da saúde mental. (competência C2)
A relação entre o "equilíbrio" que é mencionado na citação e o equilíbrio emocional só é explorada posteriormente no texto, e isso deixa a introdução pouco clara. (C3, C4)
Em vez de "possa ser manifestada", o correto seria "possam ser manifestados". Não fica claro como esse controle e seus impactos seriam "manifestados" na prática. Imagino que você quis dizer que eles deveriam ser desestigmatizados. (C1, C4)
O termo "doenças mentais" é inadequado, o termo medicinal correto é "transtornos mentais". (C1)

Parágrafo 2
Na passagem "um empecilho à negligência", o "a" não leva crase. (C1)
A citação de Pierre de Bourdieu é um repertório "coringa". (C2)
O uso do termo "credibilizados" para descrever os malefícios das ações do poder público é contraditório, pois "credibilizar" tem conotação positiva. Talvez "evidentes" fosse mais adequado. Poderia ficar mais claros quais ações são essas. (C1, C4)

Parágrafo 3
Não fica claro, exatamente, o que seria a "priorização financeira". O parágrafo cita dois aspectos relevantes: a redistribuição de recursos para educação ou a redução da desigualdade social. (C4)
A conexão entre a desigualdade e a propagação de discursos de ódio nas redes sociais precisa ser melhor desenvolvida. A afirmação sobre a "falta de veículos de comunicação" carece de sustentação. (C3, C4)

Parágrafo 4
Há problemas gramaticais, como a vírgula ausente após "governo" e o uso incorreto do gerúndio ("apresentando" em vez de "apresentar"). (C1)
Escreve-se "poder legislativo" com letras minúsculas. (C1)
A sugestão de que pessoas com transtornos mentais não têm "equilíbrio emocional" é reducionista, exagerada e reforça estigmas. (C3)
Falta um pouco de detalhamento nas propostas de intervenção. Seria útil explicar como elas seriam implementadas. (C5)

C1 120 | C2 160 | C3 160 | C4 120 | C5 160
720