Machado de Assis, em suas obras, denunciava as contradições da sociedade brasileira e a persistência de comportamentos que impedem o progresso coletivo. De modo semelhante, o cenário contemporâneo revela desafios sociais e culturais que continuam a comprometer o desenvolvimento do país, como se observa na situação do Brasil em face do aquecimento global. Diante dessa perspectiva, faz-se necessária a análise dos setores governamentais e da falha educacional que favorecem esses quadros negativos. Nesse sentido, é inegável que o escasso interesse político em assegurar a resolução da problemática estabeleça raízes preocupantes no contexto nacional. Isso acontece, porque, como já estudado pela escritora Carolina Maria de Jesus, há no Brasil uma "democracia fraca e políticos fraquíssimos", isto é, a manutenção de estruturas frágeis impede avanços sociais, principalmente no que tange a situação do Brasil em face do aquecimento global, já que, segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais) o pior efeito do aquecimento global seria a redução da Floresta Amazônica, na qual seria responsável pela diminuição da umidade do ar no país e a extinção de espécies que habitam a região da mata, necessitando de atenção, ao que se refere as leis e discussão política. Neste viés, percebe-se o quanto a inviabilização é proposital. Em segunda análise, é notório que a falha educacional contribui para a problemática em questão. Essa situação ocorre, pois há a construção de um ensino tradicionalista que reproduz uma visão limitada a respeito da sociedade atual, uma vez que os alicerces educacionais foram construídos sem uma abordagem aprofundada sobre a situação do Brasil em face do aquecimento global. Assim, essa falta de aprofundamento, extrai, do estudante, a capacidade de perceber que esse panorama se encontra em declínio, dado que a implementação de uma educação de qualidade é capaz de modificar comportamentos danosos enraizados, como a poluição e o desmatamento. Essa reflexão é ratificada na pesquisa de Edgar Morin, sociólogo francês, na obra "Os sete saberes para a educação", onde alude que "a reforma do pensamento significa reforma da educação". Portanto, é necessário desenvolver meios de intervenção corretiva na atual conjuntura. Logo, concerne ao Governo Federal, através do Ministério de Meio Ambiente - órgão responsável pelo cuidado e preservação da fauna e flora do país - realizar palestras por meio de profissionais na área de preservação e reciclagem, afim de conscientizar a população e enfatizar a importância da situação do Brasil em face do aquecimento global. Somente assim, será possível transformar a realidade vigente para melhor.