Na obra “utopia”, do escritor inglês Tomas more é retratado uma sociedade ideal, caracterizada pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade brasileira é o oposto do que o autor preconiza, uma vez que os desafios para a valorização da herança africana no Brasil impõem barreiras que dificultam os planos de More. Esse cenário é fruto de uma herança histórica e como consequência a má representação midiática. Diante disso, torna-se fundamental a discussão desses aspectos.
Primeiramente, é importante destacar herança histórica como uma das principais causas desse revés. A sociedade brasileira durante o período colonial foi construída sobre um viés racista e segregacionista. Por exemplo, criando políticas excludentes como a Lei de Terras de 1850, que permitia o acesso à terra apenas por meio de compra. De forma análoga, a obra “banalidade do mal” de Hannah Arendt mostra como uma sociedade pode incorporar pensamentos e atitudes consideradas ruins, como a desvalorização da história africana sem se dar conta de seus efeitos, como a exclusão e marginalização dessa história. Logo, faz-se mister a reformulação desse comportamento social.
Por conseguinte, cabe ressaltar a má representação midiática como uma das principais consequências desse problema. Segundo o filósofo Noam Chomsky, a mídia não apenas informa, mas também molda a percepção e comportamento público, invisibilizado assuntos de relevância social. Dessa forma, a mídia constantemente relega a história e cultura africana a papéis estereotipados ou reduz sua história ou período escravocata, por exemplo dando pouca ou nenhuma relevância a suas artes e artistas, como Luiz Gama e Maria Carolina de Jesus. Assim, mostra-se urgente a mudança do comportamento midiático, esfera social importante.
Portanto, medidas eficazes a fim de mitigar a problemática se faz importante. Desarte, cabe ao Ministério da educação ( órgão responsável por criar políticas públicas voltadas ao ensino), criar projetos educacionais por meio das escolas e redes sociais, como palestra, oficinas e concursos culturais que visem a promoção do maior conhecimento da herança africana. Outrossim, em conjunto com o governo federal deve criar políticas públicas de subsídios e incentivos fiscais a empresas que promovam projetos voltados a valorização da herança africana no Brasil. Desse modo estaremos mais próximo de uma sociedade mais justa e inclusiva.