A cultura é uma ferramenta poderosa na unificação de um povo, conecta indivíduos por meio de seu passado, já que, com base forte em sua identidade, traz consigo o reconhecimento de propósito. Tragicamente, a população brasileira - em sua maioria, negra - apresenta problemas na valorização da herança africana no Brasil, potencializados pelas heranças da colonização e pelo enfraquecimento proposital de minorias.

Com efeito, as consequências da colonização portuguesa e da recente realidade escravocrata ainda resultam em entraves na sociedade, visto que, a medida em que os chamados navios negreiros eram carregados com indivíduos reduzidos a meros animais, sua identidade e história eram ofuscadas, deixando marcas que ainda regem a contemporaneidade. Tal fato histórico somado a falta de reparações históricas torna ainda mais difícil a problemática.

Ademais, o enfraquecimento de minorias em detrimento do fortalecimento de classes mais altas é evidenciado quando inserido numa lógica capitalista, onde, como numa balança, os pobres ficam mas pobres na medida em que ricos ficam mais ricos. Como diz um provérbio africano: "Quando não souberes para onde ires, olha para trás e saiba pelo menos de onde vens." Contudo, uma minoria sem raízes vai para onde a sociedade mandar, que por sua vez, é manipulada em prol de classes dominantes.

Portanto, é necessária a manutenção de valores opressores no Brasil. Segundo Ghandi, "O homem é o que a educação faz dele." Tal qual a fala, deve haver alterações nos conteúdos escolares, por meio do Ministério da Eduacação, assim então, adicionando registros tão importantes para a história brasileira quanto a história africana, além do que a Europa fez dela. Além disso, deve haver um investimento maior na cultura afrodescendente, por meio de diálogos com o Ministério da Cultura, viabilizar a visibilidade da arte negra brasileira.