De acordo com o ilustre filósofo Jean Paul Sartre, "toda palavra tem consequências, todo silêncio, também", portanto, torna-se evidente que a má influência midiática, juntamente com o silenciamento são agravantes do revés. Nesse viés, o abandono paterno é secundarizado pelo corpo social, uma vez que existe uma cegueira moral que abrange uma parcela significativa da sociedade. Mediante o exposto, faz-se necessário a análise do impasse, com vistas a soluções eficientes.
Sob essa perspectiva, é inegável que a omissão da mídia traz à tona a desinformação social, tornando-se um descaso com a população. Nesse contexto, Adorno e Horkheimer ressaltam que o tecido social é manipulado pela mídia, o que limita o pensamento crítico da população. Dessa forma, a problemática é agravada por um corpo social manipulável pelo pensamento alheio. Consequentemente, grande parcela social tem seu pensamento alterado.
Outrossim, Simone de Beauvoir, filósofa francesa, salienta que "o mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles", visto que a população é tomada pela apatia social. Ademais, prevalece a crença social de que a causa do "aborto paterno" é sempre da mulher, a qual se encontra na "obrigação" de assumir o papel de pai. Além disso, milhares de crianças crescem com o medo de que ao entrar em um relacionamento, existe a possibilidade dos seus filhos não terem uma figura paterna. Por conseguinte, é primordial que a sociedade entenda o real causador do empecilho, devolvendo a dignidade da mulher.
Em suma, necessita-se que o Estado, em conjunto com os influenciadores digitais realizem projetos de conscientização ao abandono paterno, por meio de campanhas midiáticas e palestras nas instituições de ensino, a fim de que os pensamentos arcaicos da sociedade sejam transformados. Desse modo, o silenciamento citado por Jean Paul Sartre poderá ser interrompido e convertido em informação social.