Segundo a filósofa Hannah Arendt, A educação deve proteger a infância da pressão do mundo adulto, preservando o tempo de crescer e aprender. No entanto, observa-se, na sociedade contemporânea, um processo de Adultização infantil, caracterizado pela exposição precoce de crianças e comportamentos, responsabilidades e padrões de estética e consumos típicos a vida adulta.
A Adultização infantil decorre, na maioria, da influência das mídias digitais e da cultura do consumo, que valoriza aparência, sucesso e sexualização precoce. Redes sociais como Instagram e tik tok, ao priorizarem curtidas e engajamento, incentivam crianças a imitarem comportamentos adultos, sem compreenderem as implicações psicológicas dessa exposição. Além disso, a ausência de limites familiares e o acesso facilitado a conteúdos inadequados e contribuem para perda simbólica da infância.
Essa distorção do papel infantil traz impactos profundos no desenvolvimento emocional. Conforme a sociedade brasileira de pediatria, a exposição precoce a padrões de beleza e sexualidade pode gerar baixa autoestima, ansiedade e depressão. Paralelamente, a naturalização da Adultização reforça estereótipo de entretenimento de gênero e banaliza a infância, reduzindo a criança a um objeto de entretenimento e lucro. Assim a sociedade perpétua um ciclo de superficialidade que enfraquece valores como inocência, imaginação e liberdade.
Portanto, o ministério da educação, em parceria com o Conselho Nacional dos Direitos das crianças e do adolescente, deve promover campanhas educativas nas escolas e mídias digitais,visando conscientizar famílias e jovens sobre os riscos da exposição precoce à cultura adulta. Além disso, o ministério das comunicações deve regular o conteúdo digital voltado ao público infantil, exigindo que plataformas restrinjam materiais inapropriados. Assim, será possível preservar a essência da infância e garantir que o desenvolvimento das novas gerações ocorra de forma saudável.