No romance O Retrato de Doria Gray, Oscar Wilde retrata um jovem que molda sua imagem para agradar a sociedade, enquanto sua essência se corrompe em segredo. No cenário contemporâneo, marcado pela intensa presença digital, a lógica do "parecer" em detrimento do "ser" também atinge crianças, sobretudo em contexto de exposição precise nas redes sociais. A chamada "adultização infantil" - Tem ganhado destaque e preocupação, potencializado pelo alcance das plataformas digitais.
Em primeiro lugar, é importante compreender que a internet, embora seja um espaço de entretenimento e aprendizado, pode se tornar um palco de validação. Por meio de vídeos e publicações, crianças reproduzem padrões estéticas, gírias e postura que não corresponde com a faixa etária, muitas vezes incentivadad por adultos. Caso como do influenciador "Felca", que críticou a sexualização e exposição exageradas de menores em conteúdos virais, evidênciam como o ambiente virtual pode estimular padrões prejudiciais. Essa prática fragiliza o desenvolvimento saudável, compromete a noção de indentidade e expõe a risco psicológicos e sócias.
Além disso, a exposição midiatica precose pode ter impactoa emocionais duradouros. Nesse sentido, o sociólogo zygmunt Bauman, ao discutir o conceito de relações líquidas, alerta para a fragilidade dos vínculos e a superficialidade das interações na modernidade. No ambiente digital, essa lógica se intensifica, pois crianças expostas desde cedo as redes sociais acabam construindo conexões baseada mais na aparência e na aprovação momentânea do que em relações sólidas e seguras. Assim, a necessidade constante de manter uma imagem admirada tende a gerar ansiedade, baixa autoestima e sensação de isolamentos, o que compromete, por consequência a formação de uma identidade estável e saudável.