É evidente que desafios precisam ser superados com relação à alfabetização no Brasil, pois embora a Constituição Brasileira garanta no Artigo 6 - Capítulo 2 que a educação é um direito social, ela não é ofertada de forma igualitária para todos. Isso acontece principalmente pela estrutura precária das escolas do país e pela falta de incentivo à leitura na infância. Por isso, é cada vez mais comum encontrar jovens ou adultos que não sabem ler e escrever, questão que precisa ser debatida e resolvida.
Convém destacar que a precarização das instituições escolares operam como fator estimulante do desinteresse dos alunos. Apesar do país ter recebido, durante o Período Joanino, a família real e com eles uma ampla quantidade de acervos literários, isto não é valorizado nem pelos alunos e nem pelo próprio Estado. Enquanto o ensino mostra-se desinteressante por parte dos alunos por ser muito distante de sua realidade, a população se vê abandonada, uma vez que negligência do Governo contribui para que 4 em cada 10 jovens abandonem os estudos, conforme pesquisa do IBGE. Dessa forma, o cenário mostra-se perfeito para que o número de indivíduos não alfabetizados só cresça.
Deve-se ressaltar também que as famílias não cumprem a sua parte, visto que os pais também são responsáveis pelo abandono escolar dos filhos e pela falta de incentivo do estudo através da leitura. O ato de ler é fundamental para ampliar o vocabulário do indivíduo e resolver possíveis problemas de fala ou escrita. Porém é evidente que se os pais não possuem o hábito de ler, dificilmente os filhos o terão, o que vai contra a filosofia de Paulo Freire - pai da educação brasileira, que defende que a educação é o principal meio de transformação social e de diminuição das desigualdades existentes no país. Assim, é possível observar que os brasileiros não veem a leitura como método de aprendizagem e não a valorizam.
Logo medidas são necessárias para resolver o impasse. O Ministério da Educação, em parceria com o Ministério das Comunicações, deve promover ações de incentivo à leitura nas mídias. Isso deve ser feito através de financiamento de campanhas nos veículos de informação na TV e na internet que enfatizem a importância da educação e da leitura por meio da simulação de situações preconceituosas que indivíduos sofrem quando adultos por não serem alfabetizados. Esta ação tem o objetivo de promover reflexão nos pais a respeito da importância do incentivo à leitura dos filhos e também para que os jovens tenham mais interesse em aprender e vejam a escola como local de transformação e instrumento de ascensão social como desejava Paulo Freire. Assim, os desafios na alfabetização do país seriam superados.