O quadro expressionista “O grito”, do pintor norueguês Edvard Munch, retrata a inquietude, o medo e a desesperança refletidos no semblante de um personagem envolto por uma atmosfera de profunda desolação. Para além da obra, observa-se que, na conjuntura brasileira contemporânea, o sentimento de milhares de indivíduos assolados por arquitetura hostil é, amiudadamente, semelhante ao ilustrado pelo artista. Nesse viés, torna-se crucial analisar as causas desse revés, dentre as quais se destacam a Negligência governamental e a manipulação
midiática.
Em primeiro análise, é notório que a negligência do poder governamental é um problema. Nessa perspectiva Otto Von Bismarck em 1880 afirmou que o estado deve garantir o bem social para a população. No entanto, na medida que existem pessoas que se encontram nessa situação no Brasil, sem o bem estar social efetivado, encontrasse uma falha no estado, para o ideal de Otto. Dessa forma torna-se inadiável o planejamento do bem social por medidas governamentais.
Outrossim, é igualmente preciso apontar a manipulação midiática como outro fator que
contribui para a manutenção da arquitetura hostil. Posto isso, de acordo com Pierre Bourdieu “um instrumento criado para a democracia não pode ser convertido para um instrumento de opressão”. Diante de tal exposto, em vez de promover debates para a elevação de informações para a população ela máscara e consolida o problema. Logo é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.
Portanto, denota-se a urgência de propostas governamentais que alterem esse quadro. Logo, cabe ao governo federal em sua função para o bem-estar social junto com a mídia promover debates e criações ou regularizar leis, mediante via redes sociais, debates em escolas. Tal ação terá como objetivo garantir que essas milhares de pessoas possam ser tratadas como humanos. Espera-se, assim que os sofrimentos emocionais retratados por Munch delimitem-se apenas ao plano artístico.