O drama sul-coreano "Doctor Romantic" aborda temas relacionados a dilemas éticos na medicina, entre eles a doação de órgãos. Embora a questão seja tratada de forma alegórica, ela também está presente na realidade contemporânea do Brasil. Nesse sentido, os principais dilemas éticos que envolvem a doação de órgãos são a questão familiar e a falta de informação sobre o assunto.
A princípio, a doação de órgãos é um ato altruísta que consiste na retirada de um tecido ou órgão do corpo de uma pessoa para serem utilizados no tratamento de outras pessoas, visando reestabelecer as funções de um órgão ou tecido doente. Geralmente o doador é uma pessoa que tenha morte encefálica e em que a família autorize essa doação. Por ser uma morte inesperada em que a operação precise ser realizada rapidamente, é um grande choque para a família processar essas informações e autorizar a doação. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), mais de 43% das famílias brasileiras recusaram a doação de órgãos.
Apesar da doação ser um ato altruísta, ainda existe uma grande discussão na sociedade gerada pela falta de informação sobre o assunto, que limita e impede uma conversa saudável sobre o tema. Desde a falta de conhecimento do processo de doação de órgãos até crenças pessoais, a mistificação em cima da doação precisa ser esclarecido. Acima de tudo, é importante lembrar que a doação pode oferecer uma segunda chance de vida a muitos pacientes que aguardam ansiosamente por um órgão ou tecido compatível.
Portanto, é necessário o desenvolvimento de campanhas de conscientização pelo Ministério da Saúde na realização de workshops nas escolas, postagens interativas nos meios de comunicação e palestras nas entidades públicas, visando a promoção de uma nova perspectiva sobre a doação de órgãos. Assim também desmistificando farsas e ressaltando sua importância na sociedade, incentivando um debate saudável sobre o assunto.