Na obra cinematográfica brasileira intitulada Cidade de Deus, lançada no ano de 2002, é retratado o funcionamento do sistema periférico, colocando em cena a desigualdade gritante, costumes sociais e a constituição de favelas localizadas próximas aos grandes centros urbanos. O desequilíbrio referente a distribuição de recursos inconciliáveis, desempenha um forte papel no território nacional, resultando em consequências diretas nos grupos fragilizados. Nesse sentido, a desigualdade social apresenta conectores estruturais para sua existência, apresentando causas centrais: inacesso de direitos básicos e contexto histórico etnocêntrico.
A desproporção de recursos e renda detêm de fatores históricos e ideológicos, dos quais favorecem sua existência e disseminação. Segundo a confederação Oxford Commite for ralief famine (Oxfam), atualmente a riqueza do Brasil, calculada em 63%, está concentrada nas mãos de 1% dos cidadãos. É possível constatar que a renda mal distribuída e o irresponsável destino do dinheiro público são dois alicerces da problemática. Vale ressaltar, que o processo sócio histórico contribuiu consideravelmente, sendo uma ferramenta indispensável de compreensão.
O processo sócio histórico é uma peça fundamental para pensar o impasse populacional. A tese do materialismo histórico dialético do filósofo Karl Marx, descreve o tópico da ideologia, que diz respeito ao meio utilizado pelas classes dominantes para justificar a realidade, promovendo uma explicação do modo como as coisas estão organizadas. Nessa linha, entende-se que há uma ideologia dominante no comando das operações sociais. Portanto, essa fonte informacional favorece o contexto histórico etnocêntrico e o desequilíbrio de artifícios para se viver dignamente.
Em tese, as razões estruturais da desigualdade social estão perpetuamente associadas a um histórico doentio, marcado pela escravatura, período colonizador inadequado e organizações dominantes, resultando em uma sociedade cheia de nuances interligadas ao negativo. Por isso, é primordial que o Governo Federal juntamente com a secretaria nacional de diálogos sociais e articulação de políticas públicas, instrumentalizem e executem planos de reconstrução de direitos básicos, como manda a constituição federal de 1988, da qual garante direitos individuais, sociais, nacionais e políticos. Agindo conforme dito, haverá um quadro populacional mais harmônico e compatível com o Índice de desenvolvimento humano (IDH), resultando uma soma para o campo governamental e comunitário.