A relação entre renda e evasão escolar no Brasil
Segundo William Arthur Lewis, economista ganhador do Prêmio Nobel, a educação sempre foi um investimento com retorno garantido, o que significa que a escola é essencial para a formação do indivíduo. Porém, nos últimos anos, a tendência é de aumento da evasão escolar. Os dois principais fatores relacionados a essa problemática são a inserção do aluno no mercado de trabalho, quando ela culmina no abandono da escola, e a falta de professores concursados nas escolas públicas.
A princípio, é importante considerar os dados do IBGE, que demonstram a inerente correlação entre a renda familiar e a evasão escolar. Segundo a agência, 11,8% dos jovens de baixa renda abandonam os estudos. Isso ocorre, em geral, devido à inserção do aluno no mercado de trabalho, causada pela necessidade de complementar a renda familiar. Com isso, fica clara a negligência governamental quanto ao auxílio às famílias de extrema pobreza, em que seus filhos são privados da educação básica para o sustento da casa. Assim, esses jovens não veem perspectiva de um futuro melhor para a família e si próprios através do estudo e da ascensão acadêmica.
Outrossim, a falta de professores concursados nas escolas públicas, causada pela falta de concursos públicos, resulta no aumento de professores temporários que permanecem lecionando por mais tempo nas instituições de ensino. Esses docentes deveriam apenas substituir os professores efetivos em sua ausência, mas frequentemente se mantêm ativos por anos em uma carreira na qual não há ascensão profissional. Dessa forma, os salários continuam inferiores aos dos professores concursados, o que pode impactar negativamente na qualidade do ensino e desmotivar os discentes.
Diante do exposto, é possível concluir que existem medidas importantes que devem ser tomadas para a diminuição da evasão escolar. Em primeiro lugar, um auxílio estudantil para estudantes de baixa renda, por parte dos Ministérios da Educação e da Economia, é essencial para não haver necessidade do jovem abandonar a escola para trabalhar. Além disso, é necessária a realização de concursos públicos para o cargo de professor, organizados por fundações escolhidas pelo Governo Federal, já que isso geraria aumento do número de docentes efetivos, que possuem ascensão profissional. Dessa forma, os professores se mantêm mais motivados a ensinar para, assim, motivarem os alunos a aprender.