Atualmente, com as consequências da pandemia, a necessidade de trabalhar remotamente e o avanço da tecnologia, muitas pessoas no Brasil têm optado pelo uso do trabalho remoto, o que tem seus benefícios, mas ultimamente tem trazido uma enxurrada de malefícios, como o aumento da síndrome de Burnout. É sobre as suas causas e consequências que este texto falará.

Primeiramente, é importante apontar que o que começou a trazer esse problema não foi o trabalho remoto em si, mas a maneira como se tem lidado com ele. A sociedade, hoje em dia, por causa disso, tem tentado ser tão produtiva e fazer mais coisas em menos tempo que as pessoas têm se sobrecarregado ou sentido muita pressão, preocupação e grandes responsabilidades constantes. Isso vem trazendo sérios problemas à saúde, como o Burnout, que ocorre de maneira lenta. De acordo com dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), aproximadamente 178 afastamentos por Burnout em 2019 passaram para 421 em 2023, um aumento de 136%.

Porém, as consequências do Burnout são piores que suas causas, visto que ele leva à ansiedade, depressão, problemas gastrointestinais devido à ansiedade e descuido na saúde que a pessoa teve; falta de foco; dificuldade para aprender; perda de memória devido à grande quantidade de esforços nos últimos tempos. De acordo com Amy Arnsten, professora de neurociência da Escola de Medicina de Yale: "Um dos efeitos mais marcantes é o afinamento da massa cinzenta de uma área do cérebro chamada córtex pré-frontal. Ajuda-nos a agir adequadamente. Dá-nos uma visão sobre nós mesmos e os outros. Dá-nos perspectiva."

Levando em conta os dados apresentados, é necessário que a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Ministério da Saúde busquem oferecer a todos os cidadãos brasileiros acesso a psiquiatras qualificados para averiguar se o indivíduo não possui ou está desenvolvendo Burnout. Caso esteja, que o Ministério da Saúde e a OMS busquem oferecer um tratamento adequado com remédios e visitas frequentes ao psiquiatra; tudo isso podendo ser feito nos postos de saúde e hospitais públicos ao redor do país, para que as pessoas possam voltar a trabalhar de maneira controlada e segura.