- 22 Jun 2023, 22:19
#117953
Em 1889, o filósofo brasileiro Raimundo Teixeira Mendes adaptou o lema positivista "Ordem e Progresso" não só para a Bandeira Nacional, mas também para toda a nação, que, no contexto atual, enfrenta significativos obstáculos. Lamentavelmente, entre eles, a falta de democratização do acesso à arte no Brasil representa uma antítese à máxima do símbolo pátrio, visto que tal postura resulta na desordem e no retrocesso do desenvolvimento social. Os alicerces desse problema são a negligência estatal, a desigualdade socioeconômica e a segregação socioespacial presente nos centros urbanos do país.
A priori, há que se constatar a débil ação do Poder público enquanto mantenedora do impasse no país. Acerca disso, é pertinente considerar a ideia de "indústria cultural" formulada pelos filósofos Adorno e Horkheimer, pensadores da Escola de Frankfurt, a qual aborda a produção cultural como uma mercadoria destinada à comercialização em grande escala. Sob essa perspectiva, é fundamental compreender como a massificação da cultura, característica inerente ao capitalismo, contribui para a consolidação da problemática abordada, dado que a indústria cultural possibilita o advento de um viés elitista e segregacionista, que impulsiona a exclusão de classes sociais desprivilegiadas de poder aquisitivo e marginalizadas espacialmente.
Por conseguinte, tal cenário decorre do fato de que, assim como pontuou o economista norte-americano Murray Rothbard, uma parcela dos representantes governamentais, ao se orientar por um viés individualista e visar a um retorno imediato de capital político e econômico, negligencia a conservação de direitos sociais indispensáveis, como o direito ao acesso à cultura e arte, originando uma sociedade permeada por uma distribuição desigual do patrimônio artístico e, logo, uma ausência de senso crítico e criatividade. Em suma, é notório que a omissão do Estado perpetua tal impasse, visto que a postura estatal é de descaso no que se refere à ampliação e à democratização do acesso à arte. A título de exemplo, segundo os Indicadores da Exclusão Social, divulgados pelo IBGE, cerca de 93% dos brasileiros nunca foram a uma exposição de arte e 95% jamais entraram em um museu. Nesse quadro, a temática é deixada em último plano nas discussões e nas ações políticas e, então, encontra-se fadada ao apagamento. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.
Depreende-se, portanto, a necessidade da atuação governamental nos diversos caminhos para a democratização da arte no país. Assim, com o intuito de mitigar os impasses causados pela indústria cultural e pela negligência estatal, cabe ao Poder Executivo federal - como instância máxima da administração executiva - e, mais especificamente, ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), a elaboração de projetos de governo e leis que assegurem o acesso ao patrimônio artístico. Tal ação deverá ocorrer através do fomento de movimentos socioculturais, direcionamento de verbas para as políticas públicas e a criação de ONGs como a "Eu Faço Cultura", promovida pela Fenae. Essas ações terão como fim a difusão do conhecimento referente à importância da conduta em pauta, auxiliando no entendimento da vida pública, disseminando uma reassociação da sociedade. Somente assim, com a conjuntura de tais ações, os brasileiros irão ver o progresso referido na Bandeira Nacional como uma realidade.
A priori, há que se constatar a débil ação do Poder público enquanto mantenedora do impasse no país. Acerca disso, é pertinente considerar a ideia de "indústria cultural" formulada pelos filósofos Adorno e Horkheimer, pensadores da Escola de Frankfurt, a qual aborda a produção cultural como uma mercadoria destinada à comercialização em grande escala. Sob essa perspectiva, é fundamental compreender como a massificação da cultura, característica inerente ao capitalismo, contribui para a consolidação da problemática abordada, dado que a indústria cultural possibilita o advento de um viés elitista e segregacionista, que impulsiona a exclusão de classes sociais desprivilegiadas de poder aquisitivo e marginalizadas espacialmente.
Por conseguinte, tal cenário decorre do fato de que, assim como pontuou o economista norte-americano Murray Rothbard, uma parcela dos representantes governamentais, ao se orientar por um viés individualista e visar a um retorno imediato de capital político e econômico, negligencia a conservação de direitos sociais indispensáveis, como o direito ao acesso à cultura e arte, originando uma sociedade permeada por uma distribuição desigual do patrimônio artístico e, logo, uma ausência de senso crítico e criatividade. Em suma, é notório que a omissão do Estado perpetua tal impasse, visto que a postura estatal é de descaso no que se refere à ampliação e à democratização do acesso à arte. A título de exemplo, segundo os Indicadores da Exclusão Social, divulgados pelo IBGE, cerca de 93% dos brasileiros nunca foram a uma exposição de arte e 95% jamais entraram em um museu. Nesse quadro, a temática é deixada em último plano nas discussões e nas ações políticas e, então, encontra-se fadada ao apagamento. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.
Depreende-se, portanto, a necessidade da atuação governamental nos diversos caminhos para a democratização da arte no país. Assim, com o intuito de mitigar os impasses causados pela indústria cultural e pela negligência estatal, cabe ao Poder Executivo federal - como instância máxima da administração executiva - e, mais especificamente, ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), a elaboração de projetos de governo e leis que assegurem o acesso ao patrimônio artístico. Tal ação deverá ocorrer através do fomento de movimentos socioculturais, direcionamento de verbas para as políticas públicas e a criação de ONGs como a "Eu Faço Cultura", promovida pela Fenae. Essas ações terão como fim a difusão do conhecimento referente à importância da conduta em pauta, auxiliando no entendimento da vida pública, disseminando uma reassociação da sociedade. Somente assim, com a conjuntura de tais ações, os brasileiros irão ver o progresso referido na Bandeira Nacional como uma realidade.