O filósofo Paulo Freire afirmava que “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Essa reflexão reforça a importância do acesso contínuo à escola como instrumento de transformação social. No entanto, o Brasil ainda enfrenta o grave problema da evasão escolar, que priva milhares de jovens do direito à aprendizagem e contribui para o aumento da desigualdade social. Diante disso, torna-se urgente discutir os fatores que levam à desistência escolar e propor caminhos para superá-la.

A evasão escolar tem causas diversas e complexas. Entre elas, destaca-se a vulnerabilidade socioeconômica, que obriga muitos estudantes a abandonar os estudos para trabalhar e ajudar no sustento da família. Além disso, a falta de infraestrutura adequada nas escolas públicas e o baixo investimento em formação docente tornam o ambiente escolar desmotivador, o que dificulta a permanência dos alunos. Essa realidade revela um ciclo de exclusão que atinge, principalmente, as populações mais pobres e periféricas.

Outro fator relevante é a defasagem entre o conteúdo escolar e a realidade dos estudantes. Muitas vezes, o ensino é distante de suas vivências, o que provoca desinteresse e sentimento de inutilidade em relação ao aprendizado. A ausência de apoio psicológico e pedagógico também agrava o problema, pois muitos alunos enfrentam dificuldades emocionais e familiares sem encontrar suporte na escola. Assim, a evasão se torna não apenas uma questão educacional, mas também social e afetiva.

Para reverter esse quadro, é essencial investir em políticas públicas integradas que unam educação, assistência social e cultura. Programas de bolsa permanência e incentivo financeiro, como o antigo Bolsa Escola, podem garantir que os jovens permaneçam estudando sem precisar escolher entre aprender e trabalhar. Além disso, a ampliação de projetos extracurriculares, espaços de escuta e acompanhamento psicológico pode tornar a escola um ambiente mais acolhedor e significativo.

Dessa forma, o Governo Federal, em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, deve desenvolver políticas voltadas à permanência estudantil, com foco em assistência social, melhoria da infraestrutura escolar e formação continuada de professores. Campanhas de conscientização sobre a importância da educação também devem ser promovidas nos meios de comunicação e nas comunidades. Assim, será possível reduzir os índices de evasão e garantir que a escola cumpra seu papel essencial de promover oportunidades e cidadania.

Evidencia-se, portanto, a necessidade de reverter esse triste quadro de evasão escolar. Para isso, cabe ao Ministério da Educação, responsável pelo ensino e aprendizagem no país, o fomento à permanência escolar podem garantir que os jovens continuem seus estudos. Isso deve ser realizado por meio de palestras sociais, questionários, a fim de levar toda comunidade escolar a compreender e valorizar o ensino. É mais do que um dever do Estado: é um compromisso coletivo com o futuro do país. Quando uma criança abandona a escola, perde-se não apenas um aluno, mas também um potencial transformador. E é pela educação, como dizia Paulo Freire, que o Brasil poderá se tornar uma sociedade mais justa, humana e igualitária, sem a desistência escolar. Desse modo, será possível construir um país longe dos problemas sociais.