A obra, "Heartstopper", retrata a vida de um jovem que lida com as marcas de violência psicológica a que foi submetido devido sua orientação sexual. Em paralelo, há, presente na sociedade brasileira, jovens e adultos em situações similares. Desse modo, é notório o problema vigente: a prática de violência e preconceito contra as pessoas LGBTs. As consequências são grandes e impactam diretamente no senso de valor e bem-estar do indivíduo.
Em primeiro plano, a escassez de intervenções governamentais revelam-se como um entrave para o problema. John Locke, em sua filosofia liberalista defende que o Estado deve assegurar três direitos naturais, entre eles a liberdade e a vida. No entanto, com os números crescentes de homicídios de pessoas da comunidade em questão, nota-se que o Estado, em seu estado de poder, não garante os dois direitos fundamentais defendidos por Locke.
Ademais, o preconceito estrutural é visto como uma agravante. No ano de 2023, ganhou destaque o caso de "Ana Carolina", a qual foi brutalmente assassinada, com seu corpo encontrado sem alguns membros e pele; e o caso foi tido como lesbocídio. Como tantos casos, Ana Carolina perdeu sua vida por um crime de ódio, motivado pelo preconceito e homofobia-ambos tidos como crime de acordo com o Código Penal. Dessa forma, é constatado que a violência ocorre sem motivos ou explicações, apenas a intolerância sendo manifestada.
Portanto, é urgente a tomada de ações definitivas para erradicar o problema. Logo, é de competência do Estado juntamente com o Ministério da Segurança articular um projeto de amparo à pessoas vítimas de todos os tipos de violência, contando com médicos e psicólogos de forma gratuita. Assim, o Estado irá garantir os direitos naturais à vida, de acordo com Locke.