A célebre obra O Suplício de Tântalo, discorre sobre um homem condenado a viver eternamente amarrado, com água até o pescoço e frutas acima da cabeça, penduradas por galhos. Todavia, ao tentar beber a água ou comer as frutas, elas saíram de seu alcance. O sofrimento de Tântalo assemelha-se ao dos povos pretos, pois ainda que supostamente vivam próximos da liberdade, não chegam a tocá-la. É indubitável que a legislação e as raízes do pensamento da sociedade auxiliam para que o racismo não seja efetivamente combatido.
Outrossim, em primeira análise, é imperioso notar que essa estrutura racista age na perpetuação do problema. É necessário que exista investimento na educação, pois se os cidadãos forem ensinados desde a infância a história, sofrimento e lutas do povo negro, serão formados homens que compreendem que os preconceitos herdados não devem ser repassados. Para combater uma estrutura racista, é preciso que se crie uma estrutura antirracista.
Ademais, ressalta-se a necessidade de leis eficientes, que sejam capazes de mitigar o racismo. A existência de leis que protejam os oprimidos e que, em prática, contem com o comprometimento judiciário e trabalhem com penas justas diante do descumprimento do que se rege em lei, é o ideal para um país com altos índices de injúria racial, como o Brasil. No livro "Miss Davis" de Antônia Maria, o leitor é apresentado a ativista Angela Davis, que por meio de manifestações, movimentos e livros, contribuiu para a obtenção de respeito aos pretos, por meio de leis e partidos, evidenciando a influência da legislação nesse quesito.
Portanto, explicita-se a inegável importância de que o Governo, aliado às midias e aos 3 poderes do Estado, promovam o investimento na educação, campanhas políticas e divulgação pelas mídias, de modo que esse problema possa ser combatido, garantindo aos negros sua tão merecida dignidade. Pois, de acordo com George Santayana, "Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo".