Caminhos para garantir a segurança alimentar

Na obra "Utopia", do escritor inglês Thomas More, é retratada a história de uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e de problemas. No entanto, ο que se observa, na atual conjuntura brasileira , é o oposto do que o autor prega, uma vez que caminhos para garantir a segurança alimentar apresenta entraves que impedem a concretização da teoria de More. Portanto, convém discorrer criticamente a inércia da sociedade e a negligência governamental como fatores que corroboram a problemática em questão.
Nesse contexto, é relevante pontuar, a princípio, que o silenciamiento civil é fundamental para a perpetuação do dano como uma mazela social. De acordo com o filósofo francês Michel Foucault, a normalização faz com que os indivíduos tenham repetições de comportamentos sem uma devida reflexão crítica de sua própria conduta. Nessa lógica, a sociedade banaliza os desafios a respeito da disponibilidade alimentar, tendo em vista que afeta milhões de pessoas, principalmente devido à desigualdade social, resultando em desnutrição e problemas de saúde. Dessa forma, enquanto a banalização dos comportamentos persistir, haverá crescimento da apatia social o que impossibilita o combate a insegurança alimentar na contemporaneidade.
Ademais, a ausência de ações governamentais como promotora do problema. Segundo Nicolau Maquiavel, no livro "O Príncipe", para se manter no poder, os governantes devem operar em busca do bem universal. Todavia, percebe-se que, no território nacional, há a recorrência de obstáculos, como a desnutrição e problemas de saúde, que atrapalha o desenvolvimento da acessibilidade, já que o Estado, mesmo sendo responsável por prover instrução aos seus cidadãos, não cumpre o seu devido papel, que é garantir o acesso a alimentos adequados e nutritivos. Desse modo, é inadmissível que tal situação se perpetue, pois traz consequências gravíssimas, como o aumento da vulnerabilidade alimentar.
Sendo assim, a inoperância governamental e a indiferença da sociedade contribuem para o impasse associado a estabilidade nutritiva. Assim, o Governo Federal, por intermédio do Ministério da cidadania, órgão responsável por promover a inclusão e o bem estar da população, deve fazer a redefinição de políticas públicas voltadas a combater escassez de alimentos e campanhas midiáticas para conscientização da população. Essas medidas serão realizadas por meio do repasse de verbas governamentais voltadas à construção da cidadania e com o objetivo de amenizar os impactos dos problemas citados. Destarte, ter-se-á uma sociedade adequada ao desejo de Thomas More.