É inegável o fato de que, nas últimas décadas, os abusos sexuais contra crianças e adolescentes aumentaram de forma significativa no Brasil. Nesse contexto, o abuso e assédio de menores passou a fazer parte de grande parcela da sociedade brasileira. Essa questão apresenta diversos percalços, dentre os quais podem ser destacados o agravamento de transtornos psicológicos como ansiedade e depressão e o descaso social frente a intervenção adequada desse assunto. Assim, deve-se analisar melhor essa problemática a fim de combater essa dificuldade social.
Em primeira análise, cabe ressaltar que a exacerbação dos transtornos psicológicos como, ansiedade e depressão e suas diversas formas contribuem para o aumento da taxa de suicídio entre jovens. De acordo com dados da World Childhood Foundation, que visa o combate à exploração sexual, cerca de 61% de vítimas de abuso já pensaram em suicídio e 58% tentaram de fato. Dessa forma, podemos associar o aumento de abuso infantil a falta de supervisão dos pais diante do celular. É comum atualmente, o uso desenfreado das redes sociais entre os jovens e, devido a sua inocência alguns acabam dialogando com pessoas de mal caráter. Dessa forma, grande parcela de jovens acaba caindo em diálogos falsos e se submetem a realizar ações contra sua vontade.
Em segunda análise, é importante destacar que a falta de apoio social prejudica a verbalização de jovens que já sofrerem abuso. Isso pode ser associado a partir do filme Graças a Deus, no qual o protagonista Alexandre escreve uma carta à Igreja Católica revelando após anos, que quando era criança, foi abusado sexualmente pelo padre Preynat. No filme, é visível que após a sua revelação, várias outras denúncias de abusos sexuais contra esse padre vieram à tona. Atrelando esse filme aos acontecimentos de abuso na nossa sociedade, percebemos que é preciso denunciar e não se calar. Isso não apenas irá ajudar psicologicamente o indivíduo, mas beneficiará pessoas que não conseguem denunciar a exploração sexual.
Portanto, percebe-se que os abusos sexuais entre jovens enfrentam diversos desafios dentre os quais o deterioramento de transtornos psicológicos e o descaso social para intervenção adequada. Para minimizar os aspectos negativos dessa mazela social, o Estado, órgão administrativo social, deve direcionar políticas públicas para maior informação da população. Isso pode ser feito através do direcionamento de verbas para a realização de campanhas e palestras que, juntamente com as escolas, promovam, desde o ensino básico a importância de se denunciar um abuso sexual, para que assim todos possam ficar atentos diante de qualquer atitude meramente suspeita. Assim, a sociedade se conscientizaria da necessidade da pressão social para o efetivo tratamento médico e contribuiria para o fim do sofrimento das vítimas de abuso sexual.