A Constituição Federal de 1988 — lei suprema e fundamental da nação — assegura, em seu artigo 6°, o direito à saúde para todos os cidadãos. No entanto, apesar dessa garantia constitucional, nota-se uma falta nesse princípio social, visto que existem empecilhos resultantes das consequências da busca por padrões de beleza idealizados perpetuados na sociedade brasileira. Nesse sentido, é perceptível que o problema é oriundo de fatores como: a omissão governamental e a ausência de informação.

Diante desse cenário, é pertinente destacar a ineficiência governamental como um dos pilares dessa problemática. Nessa perspectiva, para o filósofo Thomas Hobbes, é dever do Estado garantir meios que promovam o progresso coletivo. Todavia, esse pensamento se mostra inexistente na conjuntura nacional, uma vez que a máquina estatal não investe em políticas públicas capazes de proporcionar o bem-estar da população, como palestras de conscientização que aborda as consequências da busca por padrões de beleza idealizados nas instituições educacionais, incentivar a procurar ajuda médica e psicológica, além de ofertar condições dignas para saúde mental. Com isso, pode-se ocasionar a elevação dos transtornos alimentares, como anorexia e bulimia entre indivíduos, fazendo com que enfrentem adversidades em relação a sua qualidade de vida e dignidade social. Por isso, enquanto esse impasse persistir, difícil será combatê-lo.

Ademais, é notório enfatizar que o problema é também agravado pela falta de conhecimento acerca desse assunto. Sobre isso, o escritor Peter Drucker afirma que, a informação, ao possibilitar o conhecimento, é uma das principais estratégias para garantir o desenvolvimento social. Anàlogo ao tema, a ocultação das consequências da busca por padrões de beleza idealizados decorre da desinformação a respeito das suas causas e efeitos na saúde das pessoas, tanto pelas mídias sociais e televisivas quanto pelos próprios veículos públicos, na medida que há uma defasagem na exposição da sua prevenção e da sua prejudicialidade aos indivíduos. Em consequência, isso pode acaárretar seu aumento e normalização do problema no país, havendo um silenciamento da temática e da estagnação da saúde das mulheres. Logo, é essencial superar esse entraves alarmantes.

Portanto, medidas precisam ser tomadas para enfrentar esses desafios. Cabe ao Ministério da Saúde — órgão provedor do bem-estar coletivo — implementar políticas públicas que promovam projetos de conscientização sobre esse assunto nas instituições educacionais. Isso deve ser por meio de repasses de verbas aos estados e municípios para investir em campanhas de prevenção dos transtornos alimentares causados pela busca por padrões de beleza idealizados. Além disso, o governo deve promover melhorias no sistema de saúde, como a ampliação do quadro de profissionais especializados, oferecer apoio psicológico as mulheres que sofrem de transtornos alimentares, como anorexia e bulimia a fim de garantir o atendimento a toda população. Com essas iniciativas, o princípio constitucional será efetivado.