Na produção literária “A República”, o filósofo Platão idealiza uma cidade livre de desordens e problemas, em que o povo trabalha em conjunto para superar todos os obstáculos. Fora da obra, nota-se que a sociedade brasileira hodierna apresenta o oposto dos ideais de Platão, visto que a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher sofre sérios desafios para ser enfrentada, obstáculos que desvaloriza a importância econômica dessa atividade. Dessa forma, é fulcral analisar a negligência governamental e o silenciamento midiático como propulsores do óbice.
Diante desse cenário, a omissão estatal dificulta a visibilidade do trabalho realizado por cuidadoras. Nesse prisma, John Locke — expoente filósofo inglês — desenvolveu o conceito de “Contrato Social”, no qual o Estado é responsável pela garantia dos direitos aos cidadãos. Contudo, rompendo a máxima de Locke, observa-se que o Estado não está cumprindo com a sua responsabilidade, uma vez que não fiscaliza a condição trabalhista das mulheres que cuidam de outros indivíduos, desinteresse que invisibiliza socialmente esse trabalho, bem como a sua importância. Assim, é mister que uma postura governamental seja tomada diante do revés.
Ademais, o silenciamento midiático é outra causa latente para a baixa notoriedade do trabalho de cuidado feito pelas mulheres. Nesse sentido, de acordo com a escrito Djamila Ribeiro, é preciso tirar uma situação da invisibilidade para que soluções sejam promovidas. Entretanto, as condições desiguais e estratificante ligadas, muitas vezes, ao trabalho de cuidado feito por mulheres são marcadas pela baixa visibilidade, haja visto que essa temática é pouco abordada nos veículos midiáticos — como o “Instagram” — o que, por conseguinte, leva a população a ter um escasso conhecimento acerca do tema. Logo, é necessário que essa situação saia da invisibilidade para atuar sobre ela, como defende Djamila.
Portanto, urge mitigar a baixa notoriedade do trabalho de cuidado realizado por indivíduos do sexo feminino, assim como suas raízes na negligência governamental e no má uso da mídia. Com isso em mente, o governo, por intermédio de verbas governamentais, deve fiscalizar as condições trabalhistas que acomete as mulheres que realizam a atividade — verificando a remuneração e integridade física e psíquica delas — tal ação tem o fito de ressaltar a sua importância e tornar essas trabalhadoras visíveis a sociedade. De modo análogo, a mídia deve promover informações acerca desse grupo trabalhista, com o intuito de diminuir a carência informacional. Somente assim, diminuindo esses desafios e minimizando efeitos, a realidade idealizada por Platão se materializará no contexto atual brasileiro.

@Katsmoking Oii, poderia dar uma olhada por gentileza? agradeceria