Aristóteles, grande pensador da Antiguidade, defendia a importância do conhecimento para obtenção da plenitude da essência humana. Para o filósofo, sem a razão e a sabedoria, nada separa a espécie humana do restante dos animais. Nesse contexto, ao presenciar a entrada de jovens no mundo do crime, vê-se que o princípio aristotélico não é alcançado, na medida em que a raiz sociocultural e a omissão estatal, ainda são fatores que potencializam essa característica social e, infelizmente, dificultam a construção de um ambiente ideal

Sob esse viés, é preciso destacar que esse cenário é característica de fatores estruturais e históricos. Nesse sentido, O filósofo Michel Foucault defende que as instituições moldam o comportamento social por meio de mecanismos de controle e exclusão. A partir dessa perspectiva, nota-se que o fenômeno da criminalidade juvenil perpetua desigualdades ao afetar os grupos mais vulneráveis, restringindo seu direitos e oportunidades. Isso mostra a urgência de desconstruir práticas enraizadas que perpetuam esse entrave.

Paralelo a isso, a omissão do estado agrava o quadro. A falta de investimento em áreas essenciais, como educação e saúde, compromete o desenvolvimento social e dificulta o combate a criminalidade entre os jovens. Um exemplo disso pode ser observado no filme "Capitães de Areia", onde um grupo de adolescentes e crianças vivem em um lugar abandonado, e para sobreviver precisam roubar, Pois eles não tem uma família que possa ajudar, não tem educação, direito à saúde, inclusive um deles acaba adoecendo e morre por não ter essse direito. Isso evidencia que quando o Estado se omite, deixa de cumprir seu papel legítimo de garantir direitos e promover igualdade.

Destarte, para mitigar os impactos da violência e a criminalidade entre os jovens, é necessário que o Governo Federal, em parceria com os estados e municípios, implemente campanhas educativas. Essa medida deve ser acompanhada por órgãos públicos, a fim de garantir sua efetividade. Além disso, é fundamental que a mídia e as escolas promovam ações e debates de conscientização que estimulem uma postura crítica e empática por parte da população. Assim, será possível construir uma sociedade mais justa, igualitária e comprometida com a cidadania.