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Por linsley
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A escritora Grada Kilomba afirma que as sociedades coloniais capitalizam o meio em que vivem. De modo análogo, nota-se no culto a padronização do corpo no Brasil uma herança da época colonial com junção as práticas capitalistas do mundo moderno uma vez que, a idealização corporal é um espelho do fenótipo europeu reafirmados em forma de “ser saudável”, onde só quem se cuida, com os melhores cosméticos e melhores dietas, são considerados saudáveis e quem não consegue manter esse estilo de vida é visto como desleixado. Com isso, observa-se um cenário desafiador em virtude não só da manipulação midiática, mas também mentalidade mercadológica.

Diante desse cenário, é notório que a manipulação midiática agrava a busca por corpos ideais na sociedade atual uma vez que possui grande poder comunicativo. Para o sociólogo Pierre Bourdieu os meios de comunicação não devem ser convertidos em ferramentas opressoras. No entanto, é observado um comportamento contrário por parte das grandes mídias que, cada vez mais, servem de ferramenta para propagação de culto a beleza por meio de divulgações de cosméticos ou por meio dos diversos programas de televisão que associa a imagem de atrizes e atores ao denominado “corpo perfeito”, associando a “beleza” a ser saudável sem levar em conta diversos fatores, como a carência monetária, podendo direcionar a população a desenvolver problemas de saúde. Logo, é inaceitável que o estigma corporal se mantenha existente na sociedade brasileira.

Ademais, a mentalidade mercadológica desenvolvida pelo capitalismo é outro obstáculo que fragiliza a vida da população sem poder aquisitivo. Segundo o filósofo Karl Marx, o pensamento prevalecente em uma sociedade é comumente imposto pela classe dominante. Nesse contexto, é notório que na sociedade contemporânea o corpo tornou-se um objeto de disputa que pode gerar uma distinção de classes, onde a privilegiada consegue manter o grande investimento que os cuidados relacionados à beleza exigem e a popular não, gerando uma frustração em indivíduos que não se encontram inseridos na classe privilegiada. Junto a isso surge a venda de produtos “milagrosos” e a busca por cirurgias plásticas, gerando um consumo desenfreado e uma vaidade excessiva que agravam os problemas na saúde, como transtornos psicológicos e alimentares. Dessa forma, enquanto o culto a padronização corpórea não for superado os desafios para uma sociedade saudável perpetuará.

Portanto, infere-se que medidas para impedir o avanço da problemática sejam tomadas. Para isso, cabe ao Estado - instituição soberana e garantidora dos direitos fundamentais - a realização de palestras de conscientização. Essas ações devem ser realizadas por meio do amplo apoio dos poderes estaduais e municipais, para de atenuar a propagação de padrões distantes da realidade. Além disso, é urgente que o Ministério da Saúde desenvolva estratégias de enfrentamentos saudáveis para que a população passe a questionar o porquê da necessidade de padrões de beleza, a fim de desenvolver a autoaceitação. Somente assim, a sociedade deixará de capitalizar o meio em que vivem e priorizar o bem-estar.
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