Segundo São Tomás de Aquino todos os indivíduos de uma sociedade democrática possuem a mesma importância, entretanto, a visão do filósofo não corresponde à realidade, visto que o acesso ao cinema ainda não é para todos, fazendo com que uma parcela da população brasileira fique isenta dessa forma de lazer e cultura. Assim, para que o acesso ao cinema se torne democrático, é necessário intervir na problemática motivada pela segregação urbana e pelo descaso governamental.
Dessa maneira, a separação de indivíduos em determinados locais urbanos por razões socioeconômicas, favorece a dificuldade em democratizar o acesso ao cinema. No período da revolta da vacina, o Rio de janeiro passou por uma "limpeza" para evitar ainda mais a propagação das doenças da época, obrigando os pobres a saírem do centros urbanos e terem que construir moradias em condições precárias afastadas da cidade, formando as primeiras favelas existentes na contemporaneidade que são excluídas de diversos serviços e até mesmo formas de entretenimento, como cinema, por conta da sua concentração em locais que possibilitam um maior acesso a indivíduos pertencentes às camadas mais altas da sociedade, restringindo o restante da população e assim pedindo a difusão da cultura de forma igualitária.
Ademais, é coerente afirmar que o descaso governamental também é um fator que influencia a problemática em questão. De acordo com John Locke, o estado teria como finalidade administrar e regulamentar a vida em sociedade por meio do "contrato social", favorecendo aos cidadãos o desfrutamento de direitos indispensáveis, contudo, percebe-se na realidade a ausência de ações com o objetivo de incluir a parcela da população brasileira que não possui condições financeiras para frequentar os cinemas e com isso experienciar uma nova atividade recreativa, ampliar ou até mesmo construir repertórios socioculturais e possibilitar que igualmente a elite, possua mais conhecimento e construa uma visão mais crítica proporcionada pelos filmes.
Tendo em vista os aspectos observados, é de extrema importância que medidas sejam adotadas para obtenção de uma democrática, no que se refere ao acesso ao cinema, para isso, o MEC (ministério da educação e Cultura), deve promover a difusão da cultura entre as classes mais baixas por meio de um projeto chamado "escola pública no cinema", o qual os alunos da rede pública de ensino receberão um cartão que só poderá ser utilizado para comprar os ingressos dos filmes, tendo direito de levar um familiar. Com isso, muitos brasileiros terão a possibilidade de frequentar ou até mesmo conhecer os cinemas, e assim comprovar que, todos em sociedade democrática possuem a mesma importância.

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