O livro “ A Cidade do Sol” de Tomás Campanella descreve o sonho utópico de uma sociedade justa. As ideias difundidas pelo autor nessa narrativa divergem do cenário atual, haja vista os desafios para garantir a inclusão educacional de pessoas cegas no Brasil. Esse contraste pode ser avaliado tanto pela apatia social, quanto pela ineficiência de políticas públicas.
Nesse sentido cabe destacar o comportamento omissa da sociedade como causa do problema. Nesse viés, de acordo com a filosofia Hannah Arendt, em sua teoria sobre a banalidade do mal, quando os indivíduos são constantemente expostos a determinadas situações extremas eles tendem a tratá-los como comum, perdendo o centro de urgência. Sob essa óptica, pode-se entender a indiferença social frente à inclusão de pessoas cegas, tendo em vista a pouca movimentação popular em prol do enfrentamento dessa questão. Por conseguinte, nota-se o avanço de problemas com o preconceito e falta de sensibilidade coletiva assim como um baixo desempenho acadêmico, evidenciando, assim, a influência da apatia coletiva da persistência do entrave.
Ademais, o Estado como sua postura negligente agrava a problemática. Considerando os aspectos ,são violados diversos dispositivos legais ,especialmente a Constituição Federal de 1988, uma vez que o completo bem estar social é contrariado pela insuficiente atuação governamental. Isso pode ser comprovado pela falta de políticas públicas eficazes, o que gera, por consequência, uma infraestrutura inadequada e na falta de recursos necessários para a inclusão deficientes visuais.
Portanto, há necessidade de medidas para reverter o quadro antagônico. Nesse sentido, cabe ao Estado-instituição responsável pela manutenção da ordem- comprometer-se ativamente em erradicar o obstáculo, por meio de políticas públicas que visam garantir a inclusão dos alunos cegos, com a finalidade de garantir a plena cidadania. Além disso, cabe à escola promover debates sobre a inclusão de deficientes visuais. Logo, praticando tais ações poderá ser visto a sociedade igualitária proposta por Tommaso Campanella no livro “A Cidade do Sol”.