Na obra "Utopia", do escritor Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social é padronizado pela ausência de conflitos e problemas. Entretanto, a realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que há desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil. Logo, faz-se imperiosa uma análise de fatores que favorecem esse quadro.
Em primeiro plano, observa-se que a má remuneração ou até mesmo a não remuneração, favoreçam para que mulheres em situações de pobreza, e pertencentes a grupos que sofrem de descriminação pela sua raça, etnia e cultura, sejam as que mais realizem esse tipo de trabalho. Desse modo, a desigualdade social colabora para que o trabalho de cuidado realizado pela mulher, seja invisível aos olhos da sociedade.
É importante relembrar a falta de medidas governamentais do Estado, para a valorização e regulamentação do trabalho de assistência doméstica. Segundo a FAPESP, o número da demanda de trabalho de cuidados aumentou gradualmente nos últimos anos. Sendo assim, é necessária uma medida estatal para que esse cenário de invisibilidade não continue a pendurar no Brasil.
Por fim, diante dos desafios supramencionados, é necessária a ação conjunta do Estado e da sociedade para mitiga-los. Nesse âmbito, cabe ao poder público na figura do Governo Federal juntamente com o Ministério do Trabalho, por intermédio de campanhas, TV's, redes sociais e palestras, promover medidas trabalhistas, com a finalidade de exterminar a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado por mulheres, a fim de dar mais visibilidade e valorização.