A lei federal de adoção responsável, sancionada em 2017, estabelece diretrizes para campanhas, reforçando a luta contra o abandono. No entanto, tal garantia restringe-se somente ao abstrato, visto que a sociedade brasileira mostra-se pacata em relação aos animais sem casa. Nesta perspectiva, essa conjuntura revela-se como um preocupante descumprimento do juramento legal. Deste modo, ressalta-se que os gênesis desse mal são: a negligência governamental e a invisibilidade animal.

Diante desse cenário, é válido evidenciar que a inoperância estatal auxilia de maneira concreta para o aumento do desabrigo animal no que concerne ao apoio de adoção, pois a entidade governamental faz-se omissa na garantia de políticas e programas à adoção e ao bem-estar animal. Desta forma, percebe-se que os meios de acolhimento aos animais são extremamente desvalorizados. Outrossim, é indubitável que a lei federal colide ao seu próprio mandato, que estabelece campanhas, auxiliando na luta contra o abandono, dado que ela não cumpre o que promete. Congênere a isso, a obra "Cidadão de Papel", do escritor Gilberto Dimenstein, retrata uma sociedade debilitada, a qual possui seus direitos garantidos no escrito, porém, não na prática, como qual ocorre na nação verde e amarela.
Ademais, urge focalizar que a falta de visibilidade dos companheiros domésticos cristaliza o alto índice de desapego dos bichos, dado que o corpo populacional é de um caráter trivializador, que banaliza o amor aos animais. Atrelado a isso, conforme estatísticas do "Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas", o Brasil possui mais de 30 milhões de cães e gatos em situações de rua no país, isso evidência a omissão aos animais, pois é notável que a sociedade banalizou tais dados.

À vista disso, faz-se improrrogável a extirpação dessa adversidade. Infere-se, portanto, que o Estado, na condição de garantidor dos direitos individuais, por meio do Ministério do Meio ambiente—órgão responsável por implementar políticas públicas ambientais— estabeleça políticas públicas que tirem as leis do papel e passem a vigorá-las com eficácia, consolidando um projeto de adoção animal, como campanhas e palestras de aquisição de pets: gatos e cachorros, que regularizará mecanismos de fiscalização de animais desabrigados, a fim de combater o acentuado percentual de abandono, para que, dessa maneira, os animais possam ser valorizados e visíveis no Estado brasileiro.