Promulgada em 1988, a Constituição Federal do Brasil destacou-se não só pela consolidação da democracia e das liberdades civis, mas também pelo direito a igualdade de gênero, raça ou etnia. No entanto, tal prerrogativa não se consolida atualmente, já que há uma grande dificuldade na valorização do legado africano no Brasil. Torna-se, assim, fundamental analisar a negligência estatal e a educação ineficiente como alicerces do problema.
De início, faz-se significativo ressaltar a inoperância do Estado como um obstáculo que estrutura o contexto. Nessa perspectiva, segundo Maria da Conceição Tavares, -economista-luso-brasileira, a justiça social é a obrigação de um país para não condenar o seu povo a miséria. A luz de Tavares, compreende-se que o Estado tem cometido injustiça dada a sua omissão frente aos desafios enfrentados pelos afro-brasileiros. Dessa forma, enquanto o poder público se mantiver omisso o preconceito étnico-racial será uma condição da sociedade brasileira.
Ademais, é preciso compreender também a lacuna educacional como motivadora da problemática. Nesse sentido, de acordo com Paulo Freire, patrono da educação brasileira, educar é um ato político de construção de conhecimento e da criação de uma sociedade mais justa e ética.