A pirâmide de Maslow, elaborada pelo psicólogo Abraham Maslow, organiza as necessidades humanas em uma hierarquia que vai das básicas à autorrealização. Quando transposta ao âmbito social, essa teoria revela que uma sociedade só se desenvolve plenamente ao garantir a visibilidade digital e a dignidade de todos os seus cidadãos. Entretanto, a persistência das dificuldades de as minorias terem acesso à visibilidade e representatividade na mídia brasileira expõe obstáculos que comprometem o desenvolvimento humano e o avanço social do país. Nesse sentido, mostra-se pertinente examinar duas de suas causas centrais: a passividade da sociedade e a inércia educacional.
Diante desse cenário, é de suma importância compreender como a impassibilidade social corrobora o esquecimento de povos vulneráveis no meio digital. De acordo com o sociólogo Georg Simmel, a "atitude blasé", uma indiferença diante da realidade do outro, enfraquece o senso coletivo e aumenta a apatia social. Tal estagnação social decorre do descaso populacional aos problemas enfrentados pelos grupos minorizados, como a triste situação dos indivíduos que moram na rua por pobreza. Isso se manifesta nas redes sociais, onde se percebe a ausência de abordagens sobre as populações marginalizadas. Consequentemente, esse problemático panorama leva à invisibilização das minorias não só no ambiente virtual, mas também no social. Em suma, para superar esse paradigma são necessárias políticas públicas e também uma reconfiguração do ethos social, com o cultivo de práticas cidadãs capazes de transformar empatia moral em ação coletiva contínua.
Além disso, é válido destacar o papel das falhas educacionais como alicerce para a falta de representatividade dos grupos minorizados nas plataformas virtuais. Tal omissão decorre do foco no ensino tradicionalista que prioriza aulas derivadas do currículo educacional, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e faz descaso de assuntos sociais relevantes, a exemplo da integração da cultura dos povos negros, o que produz pouca informação e esquecimento acerca da importância cultural desses cidadãos, gerando uma sociedade preconceituosa ao que não está viralizado nas redes sociais. Nesse prisma, aplica-se a ótica do filósofo Immanuel Kant, "O homem é aquilo que a educação faz dele". Nessa lógica, por consequência da educação conteudista, a população maioral exclui a representação das comunidades marginalizadas do ambiente midiático, devido à ausência de consciência sobre a inclusão desses povos. Dessa forma, enfrentar a insuficiência educacional é imprescindível, uma vez que constitui um dos desafios responsáveis pela perpetuação da falta de integração cultural na coletividade.
Portanto, observa-se que a questão das prejudiciais dificuldades da visibilidade e representação midiática das minorias deve ser resolvida. Para isso, é necessário que o Poder Executivo Federal, em parceria com o Ministério da Cultura, fomente uma agenda pública de divulgação de campanhas de proteção e valorização para as populações vulneráveis. Tal ação deverá ocorrer por meio da criação de um grupo de trabalho administrativo, que promoverá nas escolas públicas de todos os municípios brasileiros, debates acerca da importância de suas culturas, a fim de expandir o conhecimento da sociedade brasileira por meio de discussões integradas tanto extracurriculamente quanto nas aulas de Sociologia, além de campanhas nacionais sobre a inclusão das minorias na sociedade. Assim, os cidadãos brasileiros poderiam ascender na Pirâmide de Maslow, atingindo patamares de realização plena e fortalecendo o progresso coletivo.