Desafios para combater o preconceito linguístico no Brasil
A Constituição Federal de 1988, norma de maior prestígio nacional, afirma que todos os cidadãos são iguais sem distinção de qualquer natureza.
No entanto, ao analisar os desafios para combater o preconceito linguístico no Brasil, percebe-se uma realidade distópica, visto que no cotidiano, muitas pessoas sofrem preconceito por diferirem dos padrões linguístico e culturais impostos pela sociedade. Tal situação se perpetua devido à negligência estatal e ao silenciamento midiático. Faz-se necessário providências para mitigar esse entrave.
Em primeiro plano, a omissão estatal contribui para a intensificação da problemática, visto que a ausência de políticas claras voltadas para combater o preconceito,
pode resultar na sensação de normalidade perpetuando o ciclo da violência. Para Michel Foucat
, o corpo governamental silencia algumas questões para continuar a se manter no poder. Nesse contexto, o sistema educacional não investe em
educação para manter a população desinformada e limitar o acesso dessas a informações.
Ademais o silenciamento midiático intensifica o imbróglio. Conforme a célebre escritora brasileira Djamila
Ribeiro, o primeiro passo para a solução de uma questão, é tirá-la da invisibilidade. Nesse viés, a mídia maior disseminador de informações em massa, não usa desse poder para veicular as variedades linguísticas e culturais da nação. Embora o Brasil seja um país que possua uma ampla diversidade cultural, percebe-se um preconceito velado na falta de representatividade de pessoas com sotaques típicos das regiões socioeconomicamente menos desenvolvidas do país, a exemplo da região Nordeste nas emissoras de televisão de grande prestígio do país.
Destarte, faz-se necessário que o Governo Federal, por intermédio do Ministério da Cultura, órgão responsável por promover as ações culturais do país em parceria com o Ministério da Educação desenvolvam políticas públicas voltadas para a valorização da cultura brasileira, as escolas devem incluir em sua grade curricular a disciplina "Educação Cultural" nas séries iniciais, com o intuito de educar as crianças sobre as diferenças linguísticas e regionais. Ademais, as emissoras de televisão deverão veicular novelas e seriados que apresentem personagens que possuam dialetos e sotaques diferentes, a fim de combater qualquer tipo de preconceito, garantindo a todos o direito de igualdade previsto na Carta Magna.