O historiador israelense Yuval Noah Harari, em sua obra "Sapiens" enfatiza, no capítulo 2, que trata da Revolução Agrícola, a significativa influência exercida pelo desenvolvimento de técnicas de plantio industrial e de mono culturas, no processo de desenvolvimento e manutenção dos assentamentos humanos. Desta forma, tendo em vista a importância deste recurso primário descrito por Harari, é de suma importância entendermos os impactos da mesma no meio ambiente, bem como analisar possíveis soluções para um agronegócio sustentável.
Nesse contexto, é importante salientar que o agro apenas virou um grande negócio após a revolução industrial no século XIX. Tal revolução, incorporou os conceitos de lucro descritos por Adam Smith e propagados pelo liberalismo. Desta maneira, impulsionando grandes detentores de capital a comprar, ocupar e modificar todos os espaços férteis do planeta, visando sempre a obtenção do lucro. Consequentemente esta exploração excessiva levou ao desmatamento, além da descaracterização dos biomas ocupados devido ao plantio de mono culturas extensivas.
Diante deste cenário, é de suma importância analisar propostas como a do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) de uma produção sustentável realizada por cooperativas familiares. Tal produção, devido ao seu caráter de cultivo múltiplo (rotações de culturas em uma mesma plantação), pode ser realizada de forma a que os impactos gerados na natureza não alterem a ecologia local, por conseguinte, preservando o bioma local e gerando pouco ou nenhum impacto nas mudanças climáticas.
Portanto, deve-se destacar que a dificuldade em diminuir as emissões do agronegócio está diretamente ligada ao caráter industrial do mesmo. Sendo assim, cabe ao Estado, por meio de leis e campanhas de conscientização, realizar uma intervenção direta visando adotar novos meios de produção agrícola que não agridam o meio ambiente. Para, enfim, ter um pleno acesso a este recurso tão importante, assim como foi descrito por Harari, sem causar danos à natureza.