A Constituição de 1988 norma de maior hierarquia jurídica brasileira, assegura direitos e o bem-estar à população. No entanto, ainda existem desafios na superação do racismo ambiental no Brasil, o qual as sociedades não brancas são as primeiras a sofrer as consequências da urbanização. Nesse sentido, nota-se que a colonização potencializou a desestrutura das moradias pertencentes às minorias.
  Desse modo, apesar da abolição da escravidão ter liberto os negros, não houve distribuição de terras a essa população. Nesse contexto, o filósofo Jean Jacques Rousseau afirma em seus ideais que por causa da propriedade privada surgiu as desigualdades sociais, as quais determinam quem possui maior dominação ou não. Ademais, a afirmação de Rousseau é encontrada atualmente em comunidades indígenas, que perdem acesso ao seus territórios devido instalações de usinas hidroelétricas feitas pelo Estado.
Dessa maneira, devido a falta de moradia aos negros, muitos acabaram em locais precários e sem saneamento básico, o que acarretou um maior racismo ambiental. Sob esse viés, o livro "O Cortiço" do Aluíso de Azevedo mostra o quanto o ambiente influência negativamente a vivência das pessoas, como a exclusão social e a criminalidade para se sustentar. Sendo assim, é possível relacionar a ficção com a realidade de diversos brasileiros, como a Carolina Maria de Jesus, que em sua obra "Quarto de Despejo" relata sobre as mesmas dificuldades e a falta de higienização enfrentadas no Cortiço.
Portanto, cabe ao Ministério dos Direitos Humanos, responsável pela garantia da cidadania, promover reformas estruturais e investir em saneamento básico nas favelas a fim de reduzir o racismo ambiental provocado pela colonização. Sendo assim, será preservado o bem -estar proposto pela Constituição.