O livro "Cidades Rebeldes" do escritor David Harvey, fala sobre o "direito à cidade", isto é, o direito de todos os cidadãos participarem ativamente na construção política, econômica, social e sustentável do espaço urbano. No entanto, a contemporaneidade brasileira revela o contrário deste conceito, pois a população não se encontra imersa nas estratégias e decisões da urbanização. Como o autor denuncia em sua obra, as cidades modernas foram moldadas para gerarem capital e não para o bem-estar coletivo, desta maneira, afetando não apenas as relações socias e a equidade, mas principalmente o meio ambiente. Diante desse panorama, o crescimento da agropecuária e a liberação de gases de efeito estufa são os maiores causadores dessa problemática no país.
Em primeiro plano, a agropecuária é um dos setores mais importantes para a economia do Brasil, fazendo parte de um quarto do PIB nacional, porém, esta é uma prática que resulta em problemas ambientais quase que irreversíveis. O filme "Wall-E" traz uma narrativa futurista que mostra os resultados catastróficos da Terra causados pela destruição do homem, tornando o planeta inabitável. Assim como na ficção, diversas práticas do ser humano estão degradando o meio ambiente e, se a população não buscar reverter estas ações, o resultado poderá ser o mesmo exposto na obra cinematográfica. Um dos maiores problemas ambientais no Brasil advém da agropecuária, pois gera queimadas e desmatamentos para plantações e criações de animais que, concentrados em um só lugar, também liberam gases que afetam a camada de ozônio, contribuindo para o aquecimento global. Dessa forma, é inegável a urgência de atitudes responsáveis para reverter e evitar este quadro.
Em segunda análise, outro grande gerador de renda não apenas do país, mas do mundo, é a indústria, que, por sua vez, libera gases que agridem a atmosfera terrestre, contribuindo com o desequilíbrio térmico da Terra. Em 2015, com a assinatura do Acordo de Paris, vários líderes mundiais, inclusive do Brasil, reconheceram a urgência de combater as mudanças climáticas, reduzindo, principalmente, a emissão de gases poluentes. Entretanto, a realidade brasileira contemporânea comprova o completo descumprimento deste tratado pelo Estado, pois o aumento da liberação de CO2 e CFCs têm se tornado cada vez mais evidente, prejudicando não apenas o meio biótico, mas o abiótico também, desta forma destruindo recursos necessários para a manutenção dos ecossistemas e, consequentemente, prejudicando a subsistência e a qualidade de vida humana.
Logo, se os órgãos responsáveis pela economia agropecuária e pelas grandes empresas não tomarem as devidas providências para controlarem seus impactos ambientais, o Brasil, mais do que agora, estará sob sérios riscos futuros. Portanto, o Ministério da Agricultura e da Pecuária, juntamente com a Confederação Nacional da Indústria devem debater e trabalhar para diminuírem seu prejuízo contra a natureza, assim, valorizando e preservando a indescritível riqueza da fauna e da flora do país. Com este prosseguimento, estarão caminhando para bem longe do retrato do livro inicialmente mencionado.