Na obra literária “Vidas Secas” do escritor Graciliano Ramos é contada a história de Fabiano e seus filhos, que não sabem ler e escrever. Fora da ficção, a realidade brasileira se assemelha com a obra, já que a alfabetização infantil tem diminuído nos últimos anos. Desse modo, a negligência governamental e a desigualdade social são dois agravadores do problema.
Primordialmente, é valido salientar que a ineficácia estatal é um dos auxiliadores para a perpetuação do estorvo. De acordo com o artigo 6 da Constituição Federal de 1988, todos têm direito ao acesso à educação. Todavia, tal direito não é assegurado a todos igualitariamente, haja vista que os desafios para a alfabetização infantil estão cada vez maiores e isto se dá por conta dos ínfimos investimentos no setor educacional brasileiro, ocasionando muitos casos de crianças que não sabem ler e escrever. Consequentemente, limita as oportunidades crianças, como por exemplo no ramo profissional, no qual terão de ocupar cargos mais baixos e serviços braçais, como pedreiros, diaristas, etc. Logo, é imprescindível que medidas sejam tomadas para mudar o atual cenário brasileiro.
Ademais, deve-se apontar a desigualdade social como impulsionadora do problema da alfabetização infantil. Nesse Sentido, o livro “Capitães de Areia” do escritor Jorge Amado, mostra o cotidiano de um grupo de crianças que sobrevivem nas ruas, sem ir à escola. Dessa maneira, o hodierno quadro da nação verde-amarela se parece com a obra, haja vista as altas taxas de analfabetismo infantil, que é impulsionada pelo fato de que muitas crianças vivem em situação de extrema pobreza e abandonam a escola para poder trabalhar e conseguir o essencial, que é o alimento. Como resultado, há um aumento também na exclusão social. Dessarte, é inadmissível que esta situação seja presenciada no corpo social.
Portanto, há a necessidade de se combater os desafios da alfabetização infantil no Brasil. Para isso, cabe ao Governo Federal, órgão responsável pela por políticas públicas, juntamente com o Ministério da Educação, induzir essas crianças a frequentarem a escola, por meio da criação de programas socias que visam ajudar financeiramente as famílias carentes, com o intuito de que as crianças não precisem desistir da escola e possam ter mais oportunidades no futuro, além de diminuir a desigualdade social.