O escritor Carlos Drummond de Andrade, em seu poema "No Meio do Caminho", retrata, de modo figurado, os contratempos que o ser humano sofre em sua jornada. Analogamente, esse preceito assemelha-se à luta cotidiana dos desafios para alfabetização infantil, visto que essa problemática é um assunto de extrema importância mas, que não recebe a atenção necessária. Dessa maneira, é evidente que a problemática se desenvolve não só devido à vulnerabilidade social e econômica, mas também aos impactos que a pandemia do Covid-19 deixou, diante desse quadro alarmante.
Precipuamente, é fulcral pontuar que o problema deriva da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne à criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Sobre a perspectiva do filósofo São Tomás de Aquino, em uma sociedade democrática todos os indivíduos são dignos e têm a mesma importância, além dos direitos e deveres que devem ser garantidos pelo Estado, entretanto, isso não ocorre no Brasil. A vulnerabilidade social e econômica existente dentro da realidade societária é justamente o oposto do ponto de vista que o filósofo defende, por causa da baixa operação das autoridades que atuam no desequilíbrio da distribuição de renda. Dessa forma, por causa de um governo negligente em suas noções, esse segmento demográfico acaba acarretando diversos problemas dentro das famílias de estado carente.
Ademais, é imperativo ressaltar o Covid-19 como promotor do problema. Nesse sentido, Habermas traz uma contribuição relevante ao defender que a linguagem é uma verdadeira forma de ação. Sob esse viés, nota-se uma lacuna argumentativa no que se refere aos impactos que a pandemia do Covid-19 deixou na sociedade, e em principal no meio educacional, onde abriu brechas de sedentarismo no aprendizado. Dessa forma, para que tal problemática seja resolvida, faz-se necessário debater sobre medidas que amenizem e mudem essa realidade. Assim, trazer à pauta sobre os vestígios negativos da pandemia e debatê-lo amplamente aumentaria a chance de atuação nele.
Portanto, é essencial a atuação estatal e social para que tais obstáculos sejam superados. Nesse sentido, compete ao Ministério Social e de Educação que tem o dever de incentivar que as crianças dêem continuidade aos estudos se mantendo na escola, através de investir em programas de transferência de renda, como o Bolsa Família e também fornecer atividades de contraturno para obliterar essa defasagem que ficou por conta da pandemia. Essas ações estratégicas executadas visam uma nação com uma taxa de aprendizado estável. Dessa forma, tirando as pedras do meio do caminho, construír-se à um Brasil mais democrático.