O filme "Up Altas Aventuras", apresenta o valor da família com a trajetória dos dois protagonistas, evidenciando a necessidade de uma companhia, mesmo quando não se espera por uma. Abordando esse contexto, o filme retrata diretamente o desafio para a cultura da adoção.
Um agravante deste desafio se dá na ineficácia do processo burocrático, que por ultrapassar o tempo estipulado pela lei, pode levar muitas famílias desistirem da adoção. Pierre Boudier afirma que "Não há uma sociedade eficiente sem um verdadeiro crítico", colocando esta frase em ação, deve se considerar as famílias que tomaram a decisão da adoção e esperam por mais de meio semestre a conclusão do processo que de deveria ser de apenas quatro meses.
Outrossim, é o fator do preconceito, em muitos casos mascarado de "preferências". Grande parcela dos interessados na adoção, procuram um órgão adotivo trazendo desde antes, uma "ideia" de filho, este ponto é retratado no livro "Amor Não Tem Cor" da escritora Giselda Laporta Nicolelis, onde a autora aborda a respeito da cultura do racismo no Brasil, quando o objetivo é construir uma família. Tal problema influência diretamente na permanência de crianças e adolescentes nos lares adotivos.
Portanto, a temática exige uma atitude do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), na promoção de orientação as famílias que vão adotar. Com acompanhamento de visitas mais frequentes aos lares de adoção, para desestimular as ideias padronizadas sobre crianças e um respaldo a parte burocrática, eliminando exigências documentais desnecessárias, para que o processo seja mais complacente e rápido.